sábado, 3 de dezembro de 2011

A ascensão da África

Na última década, seis entre os dez países do mundo com os índices de crescimento mais rápidos eram africanos. Durante oito dos últimos dez anos, A África cresceu mais rápido que o leste asiático, incluindo o Japão. Mesmo dando o desconto do efeito da desaceleração econômica dos países do Hemisfério Norte, o FMI espera que a África cresça 6% este ano e aproximadamente 6% em 2012, no mesmo ritmo que a Ásia.

O boom das commodities é, em parte, o responsável. Entre 2000 e 2008 cerca de um quarto do crescimento da África veio do aumento no ganho com recursos naturais. A demografia favorável é outra causa. Com as taxas de fertilidade caindo na Ásia e na América Latina, metade do aumento na população nos próximos 40 anos será na África. Mas o crescimento também tem muito a ver com a economia de fabricação e de serviços que os países africanos estão começando a desenvolver. A grande pergunta é se a África consegue manter o ritmo se a demanda por commodities cair.

Cobre, ouro, petróleo – e uma pitada de sal

O otimismo em relação à África precisa ser tomado em doses pequenas, pois as coisas ainda são excessivamente desanimadoras na maior parte do continente. A maioria dos africanos sobrevive com menos de dois dólares ao dia. A produção de alimentos por pessoa caiu desde a independência nos anos 60. A média de expectativa de vida em alguns países é inferior aos 50 anos. A seca e a fome persistem. O clima está piorando, com o desmatamento e a desertificação ainda em curso.

Mesmo assim, contra esse retrato deprimente, alguns números fundamentais estão caminhando na direção certa. A África agora tem uma classe média que cresce rápido: de acordo com o Banco Mundial, cerca de 60 milhões de africanos têm renda de US$ 3 mil por ano, e 100 milhões alcançarão esta faixa em 2015. A taxa de investimento estrangeiro aumentou em dez vezes na década passada.

Tudo isso está acontecendo, em parte, porque a África está finalmente experimentando um pouco de paz e governos decentes. Por três décadas após os países africanos terem se libertado de suas amarras coloniais, nenhum país (exceto a ilha de Mauritius, no Oceano Índico) pacificamente forçou a saída de um governo ou presidente através das urnas. Mas desde que o Benin iniciou esta tendência, em 1991, isso aconteceu mais de 30 vezes – muito mais do que no mundo árabe. (Economist)

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