sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sem Jobs, Apple enfrenta futuro de profundas incertezas

O carismático líder da Apple Steve Jobs perdeu a batalha contra um cancer pancreático, e a dúvida imediata que sua morte traz é se a cultura da inovação que ele forjou dentro da empresa conseguirá sobreviver sem seu criador. Afinal, os produtos da Apple não são apenas proezas tecnológicas. São proezas tecnológicas muito bem projetadas para a comercialização. E Jobs sabia vender. Os gadgets que criou — o Macintosh, a loja virtual do iTunes, a Pixar, o iPod, o iPhone e o iPad –mudaram a vida das pessoas.

Quando Jobs deixou a presidência executiva da companhia há dois meses para cuidar da sua saúde, dúvidas sobre o futuro da Apple já pairavam no ar. Empresas estruturadas em torno de um líder carismático costumam perder o seu vigor após a saída de cena do grande líder. Com a morte de Jobs, a Apple enfrenta um cenário de incertezas ainda mais profundas.

A curto prazo, a Apple diz que tem um plano de sucessão, posto em prática em agosto a pedido de Jobs, com a promoção de Tim Cook a CEO. A empresa também tem um novo iPhone 4 – o seu produto mais vendido –, e pretende lançar em breve o iPhone 5, um smartphone de cujo desenvolvimento Jobs participou.

Mas o que acontecerá daqui a alguns anos? A Apple conseguirá manter o seu “cool” como a empresa de tecnologia que mais influenciou mudanças em quase todas as indústrias na última década? Cook saberá cravar o seu próprio lugar na história da empresa, indo além do papel de gerenciar a forma como a Apple comercializa seus produtos para assumir um papel que define o que são estes produtos e como são percebidos pelo consumidor?

Um dos primeiros lugares onde as pessoas buscaram vislumbrar sinais de uma mudança na Apple foi o evento de lançamento do iPhone 4S no início desta semana. Jornalistas criticaram o desempenho inaugural tanto de Cook como do próprio produto, descrevendo ambos como enfadonhos, em parte porque eles os comparavam a um certo ideal que Jobs havia criado.

A Apple é uma empresa enorme, gerenciada meticulosamente por executivos brilhantes. Mas o brio de Jobs, sua visão e magia serão difíceis de substituir. A perda de um executivo fundador pode levar anos para superar. Cook terá dificuldade para sair dessa sombra.

Em seu discurso para um público de formandos de Stanford, em 2005, um ano após ter sido diagnosticado com câncer, Jobs exaltou a morte como “a melhor invenção da vida”. “(A morte) é o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo”, disse.

Resta saber se o próprio Steve Jobs será substituído pelo novo, ou se a Apple perdeu algo que não vai voltar. (ON)

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