O Paraná tem três ministros em postos chave no governo federal. Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Apesar disso, ou justamente por isso, o Estado é violentamente discriminado na distribuição de recursos federais. Entre 26 Estados e o Distrito Federal, o Paraná só receberá mais recursos per capita que São Paulo, o Estado mais rico da Federação, de acordo com a Lei Orçamentária Anual da União para 2012. Pois, pois, o Paraná é o 5º Estado que mais gera recursos para a União, mas é o 26º na hora de receber investimentos federais. O caráter discriminatório dessa situação fica evidente quando se considera a situação do Rio Grande do Sul, Estado que tem um perfil econômico e demográfico semelhante ao do Paraná, mas que é governado pelo PT. Os gaúchos estão em 10º entre os Estados que recebem mais recursos. Cada cidadão do Rio Grande do Sul receberá R$ 172,55 em verbas federais, enquanto cada paranaense vai ter de se contentar com R$ 68,55 dessas verbas. O fato de dois dos ministros paranaenses, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, estarem diretamente engajados num projeto político visando à tomada do poder no Paraná (Gleisi é candidata ao governo em 2014 e Paulo Bernardo é seu marido) pode explicar parte dessa situação. Um eventual malogro da administração atual seria importante combustível para o projeto político do PT no Estado. É aguardada com curiosidade a provável manifestação do deputado petista Enio Verri sobre a questão dos repasses federais ao Paraná. Ex-chefe de Gabinete de Paulo Bernardo (quando este era ministro do Planejamento), Verri é autor de uma tese que o Paraná só sobrevive e realiza obras graças à generosidade do governo federal. Os números são referentes aos investimentos que o governo federal planeja fazer em obras por conta própria. No jargão orçamentário conhecida como despesa “discricionária”. A União escolhe quanto e onde aplicar. Não entram na conta as despesas obrigatórias, como as transferências constitucionais a Estados e municípios, o pagamento de aposentadorias de ex-servidores federais no Estado e as despesas com o funcionalismo da União no Paraná. Somados os gastos com custeio (manutenção da máquina administrativa), de R$ 3,4 bilhões, o total das despesas discricionárias previstas para o Estado chega a R$ 4,2 bilhões, de acordo com levantamento do Ministério do Planejamento. Ainda assim, os valores agregados de investimento e custeio per capita deixam os paranaenses na 24ª colocação entre as 27 unidades da federação. “Tradicionalmente éramos o patinho feio do Sul. Agora estamos cada vez pior nas comparações com o restante do país”, reclama o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly. Segundo ele, a restrição imposta ao Paraná é “severa” e tem raízes históricas. “Passamos longos anos isolados politicamente, sem uma ação organizada por mais espaço no orçamento federal.” Ou seja, a década infame em que Requião isolou o Paraná e desmontou todas as articulações políticas em favor do Estado, ainda se refletem no descalabro atual que é acentuado pela discriminação que pode ter fonte no apetite político de petistas para abocanhar o poder no Estado. O diretor-geral da Secretaria da Fazenda, Amauri Escudero, diz que há mais evidências de discriminação. Entre elas a situação do Porto de Paranaguá, que foi o terceiro do país em volume de movimentação de carga entre janeiro e julho de 2011, mas tem bem menos recursos previstos no projeto da Lei Orçamentária Anual para 2012 que portos menos movimentados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com a proposta da União, o porto paranaense receberá R$ 9,35 milhões em investimentos no próximo ano mais R$ 2,65 milhões em custeio. Os recursos serão destinados a obras de dragagem e adequação da navegabilidade. Já os portos catarinenses de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul movimentaram juntos 7,899 milhões de toneladas de cargas e devem receber R$ 42 milhões da União (R$ 2,75 milhões em custeio e R$ 39,25 milhões em investimentos). (Idéias) http://revistaideias.com.br/ideias/materia/pt-nao-perdoa-corta-verbas-do-parana
Nos sete primeiros meses de 2011, Paranaguá recebeu e enviou 11,116 milhões de toneladas de carga, atrás no ranking nacional apenas de Santos (SP) e Itaguaí (RJ). Os números são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
domingo, 23 de outubro de 2011
PT não perdoa, corta as verbas do Paraná
domingo, outubro 23, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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