Enquanto a caçada ao coronel Muamar Khadafi prossegue, dois dias após a tomada de seu quartel-general pelas forças rebeldes da Líbia, jornalistas da BBC testemunharam os primeiros sinais de massacres nos confrontos ocorridos na capital, Trípoli. Os correspondentes verificaram nesta quinta-feira sinais de chacina nos dois lados envolvidos no conflito. Apenas em um hospital no distrito de Mitiga, em Trípoli, o repórter Rupert Wingfield-Hayes contou 17 corpos, todos de militantes rebeldes. Segundo os médicos, os rebeldes haviam sido feito prisioneiros pelas forças de Khadafi em uma escola. Os corpos apresentam marcas de tortura e de muitos disparos. Há relatos de pelo menos uma execução sumária. "Metade dos 17 corpos tinha marcas de tiro na nuca. Muitos estão desfigurados, com ferimentos nas pernas e nos braços que não têm explicação", disse um médico, que não se identificou. Em um discurso transmitido nesta quinta-feira por uma TV favorável a Khadafi, o líder líbio convocou tribos aliadas para "liberar Trípoli" e para capturar e matar "os ratos (inimigos), rua por rua, casa por casa". Khadafi pediu ainda aos aliados que levassem suas "mulheres e crianças para purificar Trípoli". O paradeiro do líder líbio ainda é incerto. Nesta quinta-feira, porém, correm rumores não confirmados de que Khadafi estaria encurralado em um dos prédios de seu quartel-general, ocupado pelas forças rebeldes na terça-feira. Sinais de execução O chefe do escritório da BBC no Oriente Médio, Paul Danahar, relata ter visto corpos de dois soldados leais a Khadafi também com sinais de execução. Os dois militares foram mortos com as mãos amarradas junto às costas. Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à BBC que os dois lados mantêm centenas de prisioneiros. Robin Waudo pediu às partes envolvidas que respeitem os direitos de prisioneiros de guerra, dispostos em convenções internacionais. A Anistia Internacional também denunciou execuções sumárias de prisioneiros nos dois lados do conflito. Dois dias após a tomada do quartel-general de Khadafi, há vários bolsões de resistência do regime em Trípoli. Tiros ainda são disparados com frequência no complexo governamental e residencial de Bab al-Aziziya. Os rebeldes agora estão vasculhando a rede de túneis do complexo, em busca de Khadafi e de seus familiares. Também há troca de tiros no distrito de Abu Salim, a menos de 2 km do Corinthia Hotel, onde a maior parte dos jornalistas estrangeiros estão hospedados. Sirte Após assumir o controle da maior parte da capital da Líbia, Trípoli, forças rebeldes começaram a se dirigir nesta quinta-feira rumo à cidade natal de Khadafi, Sirte. Houve combates violentos na estrada a caminho da cidade, com artilharia e ataques com foguetes. Combatentes pró-Khadafi ainda controlam Sirte, a cerca de 450 km ao leste de Trípoli, e Sabha, a 650 km ao sul, no deserto. Os dois militares foram mortos com as mãos amarradas junto às costas. Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à BBC que os dois lados mantêm centenas de prisioneiros. Robin Waudo pediu às partes envolvidas que respeitem os direitos de prisioneiros de guerra, dispostos em convenções internacionais. A Anistia Internacional também denunciou execuções sumárias de prisioneiros nos dois lados do conflito. Dois dias após a tomada do quartel-general de Khadafi, há vários bolsões de resistência do regime em Trípoli. Tiros ainda são disparados com frequência no complexo governamental e residencial de Bab al-Aziziya. Os rebeldes agora estão vasculhando a rede de túneis do complexo, em busca de Khadafi e de seus familiares. Também há troca de tiros no distrito de Abu Salim, a menos de 2 km do Corinthia Hotel, onde a maior parte dos jornalistas estrangeiros estão hospedados. Sirte Após assumir o controle da maior parte da capital da Líbia, Trípoli, forças rebeldes começaram a se dirigir nesta quinta-feira rumo à cidade natal de Khadafi, Sirte. Houve combates violentos na estrada a caminho da cidade, com artilharia e ataques com foguetes. Combatentes pró-Khadafi ainda controlam Sirte, a cerca de 450 km ao leste de Trípoli, e Sabha, a 650 km ao sul, no deserto. Ajuda urgente O Conselho Nacional de Transição (CNT), já reconhecido como governo legítimo da Líbia por grande parte da comunidade internacional (no entanto, não pelo Brasil), disse que precisa de US$ 5 bilhões para evitar uma crise humanitária no país. Membros do Conselho estão negociando a liberação de investimentos do regime líbio em contas no exterior. Estados Unidos, Suíça, França e Itália já prometeram descongelar ativos da Líbia. O líder do CNT, Mahmoud Jibril, disse na Itália que o Conselho precisa de ajuda urgente. "Nosso povo não tem recebido salário por meses. Estamos dizendo a nossos amigos que o maior elemento desestabilizador seria o fracasso do CNT, caso não consigamos oferecer os serviços necessários e pagar o salário (dos servidores)", disse Jibril. Ele falou ao lado do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, um dia após encontrar o presidente francês, Nicolas Sarkozy. (BBC)
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