sexta-feira, 3 de junho de 2011

Diante de impasses, acordo global para clima segue improvável

O mundo mais uma vez não fechará este ano um acordo completo sobre o clima, segundo os países desenvolvidos, que querem um foco maior nos recursos e na preservação das florestas. As negociações da ONU serão retomadas na Alemanha na semana que vem.

Um novo adiamento, após outras duas tentativas, deve colocar fim à esperança de se chegar a um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto antes que ele expire, no fim de 2012, deixando uma brecha legal e prováveis arranjos improvisados durante anos.

Uma cúpula em Copenhague em 2009 desviou-se do seu curso por causa da recessão mundial e de disputas políticas. As esperanças agora estão diminuindo para a conferência de Durban, na África do Sul, este ano.

Os países em desenvolvimento querem a prorrogação de Kyoto, que compromete apenas os países ricos a cortarem as emissões de gases-estufa até 2012. Mas o Japão, a Rússia e o Canadá rejeitam essa possibilidade e preferem um acordo novo e mais amplo, em um impasse entre países ricos e pobres que ecoa as negociações do comércio mundial.

"Em Durban, é praticamente impossível ver um acordo legalmente vinculante, se levarmos em consideração a posição de vários países, incluindo os Estados Unidos e a China", disse Akira Yamada, que chefiará a delegação do Japão na próxima rodada de conversações em um encontro de duas semanas em Bonn, na Alemanha, entre 6 e 17 de junho.

A China e os EUA são os dois principais emissores de carbono do mundo. O Protocolo de Kyoto, porém, não restringe as emissões da China e os EUA foram o único país industrializado a não ratificar o pacto.

Os EUA exigem "simetria jurídica" em um novo acordo, segundo o qual as metas climáticas para a China teriam a mesma força das restrições impostas aos países ricos. A China diz que sua prioridade agora deve ser o crescimento de sua economia a fim de acabar com a pobreza.

Muitos países em desenvolvimento alegam que a ampliação do Protocolo de Kyoto é vital.

"O Protocolo de Kyoto é um elemento essencial para qualquer estratégia ampla que lide com a mudança climática e também a chave para manter a confiança entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento", disse Colin Beck, representando as Ilhas Salomão.

Ainda há muitas questões a serem resolvidas este ano, por exemplo como levantar 100 bilhões de dólares em ajuda climática para países pobres anualmente até 2020, como compartilhar tecnologias de energia limpa, as formas de aumentar a fiscalização dos países e combater o desmatamento, segundo o negociador-chefe da União Europeia, Artur Runge-Metzger.

Os países fecharam acordos iniciais sobre esses temas em uma reunião de ministros no México no fim do ano passado, mas não houve passos decisivos.

"Em Bonn, queremos uma discussão prática e pragmática", afirmou o japonês Yamada. (Reuters)

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