quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mapuches completam 73 dias de greve de fome no Chile


Ao se cumprir os 73 dias de uma greve de fome realizada por quatro indígenas mapuches em uma prisão no sul do país, o estado de saúde deles piorou consideravelmente, afirmou o porta-voz dos grevistas. Dois deles foram levados a um hospital na cidade de Victoria, no sul chileno. "Eles estão estáveis, mas apresentam uma perda de peso importante e outros problemas associados à greve de fome, como hipotermia, o que requer monitoramento e exames permanentes", afirmou o médico do hospital Joaquín Sanzana.

Em declarações anteriores à rádio Cooperativa, Natividad Llanquileo, a porta-voz dos mapuches, disse que os quatro grevistas na prisão de Angol, a 600 quilômetros de Santiago, perderam entre 20 e 22 quilos, além de apresentar problemas como dores de cabeça, tremores e arritmia cardíaca, segundo boletim médico.

Os quatro mapuches em greve de fome foram condenados por um tribunal a penas de entre 20 e 25 anos, por atacar há três anos um promotor na zona de Araucanía, que os mapuches reivindicam para si. Além disso, foram sentenciados por roubo e intimidação. O promotor saiu ileso dos disparos efetuados contra seu comboio.

A defensoria pública, que defende os condenados, pediu à Corte Suprema a anulação do julgamento, afirmando que este tinha vícios, entre eles o uso de testemunhas anônimas protegidas. A Corte Suprema deve se pronunciar no início de junho, mas os mapuches prometem manter o protesto até a anulação das penas.

No ano passado, os quatro participaram de outro jejum de 82 dias, encerrado com a mediação do arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, e com o compromisso do governo de modificar a severa lei antiterrorista aplicada contra os indígenas.

A lei antiterrorista foi sancionada durante a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), prevendo penas duras para os processados. Ela podia ser aplicada até contra menores de idade, mas isso foi alterado no acordo entre o governo e os mapuches no ano passado. A porta-voz dos indígenas disse que eles agora esperam nova intervenção do arcebispo Ezzati.(AP)

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