Muitas famílias que dependem da agricultura na região de Morretes e Antonina estão preocupadas com a situação de suas terras. Cobertas por areia e entulhos, várias propriedades da região não têm como produzir alimentos e pessoas que perderam casas e móveis também não contam mais com seu meio de subsistência.
É o caso de Vanilda Galegari da Rosa, agricultora e moradora da região de Martha. Segundo ela, a família perdeu toda a plantação de quiabo e o terreno está cheio de areia. "A gente depende do trator da prefeitura para misturar a terra com a areia para poder plantar".
Mas o trator ainda nem chegou a essa comunidade e a plantação de quiabo já está atrasada há duas semanas. "Mesmo se plantasse agora, ainda demoraria 45 dias para colher. A gente não sabe o que vai fazer". A vizinha Rosilene Duarte Gomes vive a mesma situação. "Aqui a maioria vive da roça", diz.
Esta semana, as duas receberam colchões e cestas básicas distribuídas pelo Provopar e pela Defesa Civil. Elas contaram que já tinham recebido comida e água, mas os colchões chegaram só agora, quase um mês depois das enchentes. "A gente foi se virando até agora, aquele que não perdeu tudo ia ajudando o outro".
Para as famílias, o importante é que a terra torne a ser produtiva. Assim, o que foi perdido pode ser recuperado. "Trabalhar na lavoura é o que a gente sabe fazer, precisamos mesmo é do trator para que possamos voltar a lidar na roça", afirmou Vanilda.
De acordo com o prefeito de Morretes, Amilton Paulo da Silva, a prefeitura estuda com a Emater-PR formas de tornar possível a recuperação das áreas agricultáveis. Onde essa recuperação não for possível, a saída, segundo o prefeito, será encontrar áreas de assentamento. "Nós temos esperança de que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) possa assentar as pessoas que tinham área produtiva e perderam suas produções".
Segundo o prefeito, ainda não é possível garantir que esse reassentamento será feito na mesma cidade, uma vez que a área possui várias restrições em função de leis ambientais. "Nós vamos insistir. É uma situação em que as pessoas viveram aqui a vida inteira e fizeram a vida toda este trabalho", afirmou. (Paraná online)
domingo, 10 de abril de 2011
Agricultores da região afetada pela tragédia no litoral têm dificuldades para retomar lavouras
domingo, abril 10, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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