domingo, 10 de abril de 2011

Agricultores da região afetada pela tragédia no litoral têm dificuldades para retomar lavouras


Muitas famílias que dependem da agricultura na região de Morretes e Antonina estão preocupadas com a situação de suas terras. Cobertas por areia e entulhos, várias propriedades da região não têm como produzir alimentos e pessoas que perderam casas e móveis também não contam mais com seu meio de subsistência.

É o caso de Vanilda Galegari da Rosa, agricultora e moradora da região de Martha. Segundo ela, a família perdeu toda a plantação de quiabo e o terreno está cheio de areia. "A gente depende do trator da prefeitura para misturar a terra com a areia para poder plantar".

Mas o trator ainda nem chegou a essa comunidade e a plantação de quiabo já está atrasada há duas semanas. "Mesmo se plantasse agora, ainda demoraria 45 dias para colher. A gente não sabe o que vai fazer". A vizinha Rosilene Duarte Gomes vive a mesma situação. "Aqui a maioria vive da roça", diz.

Esta semana, as duas receberam colchões e cestas básicas distribuídas pelo Provopar e pela Defesa Civil. Elas contaram que já tinham recebido comida e água, mas os colchões chegaram só agora, quase um mês depois das enchentes. "A gente foi se virando até agora, aquele que não perdeu tudo ia ajudando o outro".

Para as famílias, o importante é que a terra torne a ser produtiva. Assim, o que foi perdido pode ser recuperado. "Trabalhar na lavoura é o que a gente sabe fazer, precisamos mesmo é do trator para que possamos voltar a lidar na roça", afirmou Vanilda.

De acordo com o prefeito de Morretes, Amilton Paulo da Silva, a prefeitura estuda com a Emater-PR formas de tornar possível a recuperação das áreas agricultáveis. Onde essa recuperação não for possível, a saída, segundo o prefeito, será encontrar áreas de assentamento. "Nós temos esperança de que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) possa assentar as pessoas que tinham área produtiva e perderam suas produções".

Segundo o prefeito, ainda não é possível garantir que esse reassentamento será feito na mesma cidade, uma vez que a área possui várias restrições em função de leis ambientais. "Nós vamos insistir. É uma situação em que as pessoas viveram aqui a vida inteira e fizeram a vida toda este trabalho", afirmou. (Paraná online)

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