terça-feira, 5 de abril de 2011

Acusados por morte de casal após festa neonazista são ouvidos pela justiça


A justiça realiza na tarde desta terça-feira (5) a audiência de instrução e julgamento dos seis acusados de assassinar o casal Bernardo Dayrell e Renata Ferreira (foto abaixo) após uma festa neonazista em 21 de abril de 2009. O crime foi cometido na BR-116 em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, e teve motivações de disputa entre o grupo neonazista liderado por Dayrell e Ricardo Barollo, apontado pela polícia como o mandante do duplo homicídio. Além dele, Jairo Maciel Fischer, Rodrigo Motta, Gustavo Wendler, Rosana Almeida e João Guilherme Correa são acusados de ter participação no crime.

A sessão acontece no Fórum de Campina Grande do Sul, onde na tarde desta terça-feira devem ser ouvidos dois dos acusados: Wendler e Rosana. Por falta de testemunhas de defesa, os demais acusados, entre eles o mandante do crime, devem ser interrogados pela justiça somente na sexta-feira (8).

Renata era de Curitiba e Dayrell era natural de Belo Horizonte (MG). Segundo informações do inquérito policial, o rapaz era responsável por comandar uma facção do grupo neonazista, que tinha ligações em outros estados do país, entre eles o Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Enquanto Barollo representava uma liderança operacional para o grupo, Dayrell tinha uma representatividade mais voltada a ideologia e a oratória da organização ilegal e de cunho racista. Em depoimentos prestados durante a investigação, os acusados confirmaram a idéia de Barollo em eliminar Dayrell, para alcançar hegemonia à frente do grupo.

No dia do assassinato do casal, vários membros do grupo neonazista haviam organizado uma festa em comemoração ao aniversário de Adolf Hitler. A reunião aconteceu em uma chácara na cidade de Quatro Barras e algumas testemunhas confirmam que houve um desentendimento entre Dayrell e Barollo, antes da vítima e a namorada deixarem o local.

Desabafo da mãe

Vilma Waechter, mãe de Renata, esteve na audiência e afirmou à Banda B que nunca soube do envolvimento de Dayrell com o neonazismo e que se soubesse disso antes teria impedido que sua filha o acompanhasse aquela festa. “Em três anos de relacionamento dos dois eu nunca soube de nada. Minha filha sempre foi uma pessoa do bem e Dayrell nunca demonstrou qualquer característica que levantasse suspeita. Ele passava dias em nossa casa e se comportava como uma pessoa comum. Se eu soubesse disso antes, teria impedido minha filha de estar com ele no dia do assassinato”, disse Vilma.

A mãe de Retana fez um pedido de justiça e deseja profundamente que os responsáveis pela morte de sua única filha paguem pelo crime na prisão. “Eu tive que me mudar para o litoral para tentar amenizar a dor pela falta dela. Em uma audiência dessas que tive de ir nesses dois anos, falei com um dos acusados. Ele me disse que estava arrependido, mas isso não trás minha filha de volta, quero que a justiça seja feita e eles paguem pelo mal que causaram”, afirmou Vilma, sem conseguir conter a emoção. Ela ainda revelou que tem pouco contado com a família de Dayrell, que não enviou nenhum representante para acompanhar a audiência.

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