quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Chanceler egípcio diz que Exército pode intervir no conflito

O ministro de Assuntos Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, advertiu que o Exército poderá intervir se o caos se instalar no país, em entrevista transmitida nesta quarta-feira pelo canal por satélite "Al Arabiya".

Aboul Gheit ressaltou que é preciso preservar a Constituição até que esta se modifique para proteger o Egito "de alguns aventureiros ou personalidades" que possam dizer que supervisionarão a fase do processo interino.

"Se isso ocorrer, a Constituição não funcionará e, por consequencia, as Forças Armadas se verão obrigadas a defender a Constituição e a segurança nacional do Egito em cumprimento de seu juramento e nos veremos em uma situação muito perigosa", ressaltou.

Nesta quarta-feira, o comitê para a reforma constitucional e legislativa designado pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, decidiu emendar seis artigos da Carta Magna, entre eles os referentes à limitação de mandatos e aos requisitos para ser candidato presidencial.

A comissão - formada por magistrados, juristas, constitucionalistas e professores universitários - foi criada na terça-feira por um decreto presidencial em resposta ao estipulado entre os participantes do diálogo nacional iniciado no domingo entre o vice-presidente Omar Suleiman e alguns grupos da oposição.

Por outro lado, o chanceler afirmou que há várias razões que levaram às revoltas populares no país contra o regime de Mubarak que tiveram início no último dia 25.

"Uma das causas são os resultados das últimas eleições parlamentares. Toda a sociedade as viu e todos devem ser honestos consigo mesmos", disse Aboul Gheit sobre o último pleito, que transcorreu em meio a denúncias de fraude por parte de organizações humanitárias e da oposição.

O chefe da diplomacia egípcia destacou que outro dos motivos "é a avançada idade do presidente, o desconhecimento de seu sucessor e, portanto, os rumores sobre a herança do poder".

Acrescentou que entre essas razões também está "a animosidade contra a Polícia egípcia" e "a constante difusão em editoriais e colunas na imprensa mundial sobre o laço entre o Governo e os empresários".

Fonte: EFE

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