domingo, 12 de dezembro de 2010

NO AR A AMEAÇA DE NOVO APAGÃO AÉREO!

VINICIUS BOREKI/GP

Desde 2006, ano do “caos aéreo” no Brasil, pouco ou quase nada mudou nos aeroportos do país. Eles continuam com problemas graves de infraestrutura, conforme apontou estudo recente financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As maiores deficiências estão nas áreas de circulação de passageiros. Há necessidade de ampliar os espaços para embarque e desembarque e de mais pátios de estacionamento de aviões. Além disso, segundo os sindicatos do setor, as companhias trabalham com um número de funcionários bem abaixo do ideal. Todos esses problemas foram agravados pelo crescimento no volume de passageiros transportados, que foi da ordem de 30% entre 2006 e 2009, saindo de 47,7 milhões para 62 milhões.

Essa soma de fatores leva a uma incerteza: será que neste ano, mesmo com tantos problemas, conseguiremos, mais uma vez, escapar do colapso no fim de ano? Se isso é algo praticamente impossível de responder, o certo é que os problemas registrados todos os anos nos aeroportos brasileiros – principalmente no fim de ano, quando o volume de passageiros cresce – não resultam da falta de dinheiro. Segundo a ONG Contas Abertas, ano após ano, a Infraero tem usado menos recursos do que orçamento previsto para o setor.

Em 2006, ano do caos, R$ 700 milhões de um total de R$ 900 milhões previstos foram aplicados. E de lá prá cá, a situação só piorou: em 2007, de R$ 1,4 bilhão previstos, apenas R$ 600 milhões foram usados; em 2008, o desperdício atingiu o ápice, com R$ 400 milhões aplicados em um universo de R$ 2,3 bilhões projetados; no ano passado, 43% dos R$ 981 milhões previstos foram utilizados. E neste ano, até outubro, menos de 25% da verba disponível – quase 1,5 bilhão – foi aproveitada.

Enquanto a infraestrutura dos aeroportos praticamente se mantém estável, o Brasil observa a explosão no número de passageiros, fruto do aumento de poder aquisitivo e da queda das tarifas. Entre 2006 e 2009, o número de horas voadas no país saltou de 847 mil para 1,3 milhão, um crescimento de 53%. No mesmo período, o total de passageiros subiu 30%, saindo de 47,7 milhões para 62 milhões. “A consequência é que os terminais não absorvem mais o total de passageiros e os pátios não têm capacidade para estacionar aviões”, diz o diretor-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Mollo. E pior: a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estima um aumento médio de 11% de usuários para dezembro.

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