segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um lago de dúvidas, Belo Monte


A construção da usina hidroelétrica Belo Monte é cogitada desde a década de 70, pelo governo militar, durante o milagre brasileiro, no entanto os impactos ambientais que a obra geraria, os enormes gastos de verba pública devido à sua magnitude e as manifestações das populações residentes daquela região contra a construção da barragem impediram a realização da obra.

Durante os anos de 1995 a 2002 a obra foi cogitada novamente, mas pelo governo FHC e foi duramente criticada pela oposição dura do PT. Esta alegava que a obra era desnecessária devido aos impactos acusados nos estudos, ainda incompletos, e às dívidas que os cofres públicos herdariam com a sua construção. O governo do PSDB, por sua vez, queria emplacar a obra devido ao déficit energético nacional que havia gerado o fenômeno do apagão.

Durante o ano de 2010, o governo federal, liderado pelo mesmo PT, antes oposição de cunho popular e interessada no bem estar social, disse que construirá Belo Monte mesmo que use o capital estatal, apenas, para tal.

Belo Monte foi leiloada entre dois consórcios liderados, ambos, por capital do estado, do fundo de pensão do BNDES, em um evento pontual entre diversas licitações e ordens judiciais de embargos à obra por parte do governo do Pará.

O governo paraense diz que os impactos ambientais ainda não calculados podem ser deverás grave porque o alagamento de uma área de milhares de hectares em meio à floresta amazônica pode acabar com vários ecossistemas que estão presentes apenas naquelas regiões, aniquilando, assim, espécies animais e vegetais nativas daquele local.

Outro ponto relevante acerca da discussão Belo Monte é a condição das famílias ribeirinhas e das comunidades indígenas paraenses. Muitos estudiosos alegam que, por alterar o regime das cheias da região, a construção da usina vai prejudicar a vida dos nativos por alterar a quantidade de pescado, de caça e da extensão territorial dos seus domínios. Por outro lado, o governo ainda seria responsável pela realocação das diversas famílias ribeirinhas que serão tiradas de suas cidades, futuramente alagadas.

Existem ainda pesquisas que demonstram que a usina não poderá operar à todo vapor durante todo o ano, tendo assim sua capacidade de geração de energia reduzida de 11Kwz para 4.5Kwz, o que, mais uma vez, seria uma barreira para a sua construção.

Congressistas da base da oposição defendem outras alternativas como a construção de pequenas usinas hidroelétricas locais, a utilização de usinas eólicas e, até mesmo, a utilização da energia nuclear, como opções mais baratas e rentáveis de produção energética, mas o governo insiste na construção de Belo Monte, enquanto a base aliada do governo defende a construção da usina.

Mais um ponto interessante nesta discussão é o custo da obra, o governo federal estima que ela custará 19 bilhões aos cofres públicos, mas as empresas privadas já avisaram que a obra não sairá por menos de 30 bilhões por parte do governo, o que pode ser um grande dividendo adicional se contarmos que o Brasil já possui uma dívida pública de 2.2 trilhões de reais.

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