terça-feira, 30 de novembro de 2010

Brasil tem 190 milhões de pessoas

POLLIANNA MILAN

A população brasileira aumentou nos últimos dez anos, mas cresceu em um ritmo menor do que na década anterior. O país tem 190.732.694 de pessoas, ou seja, cresceu 12,3% contra 15,6% entre 1991 a 2000. Este é o resultado definitivo do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ontem.

Mas se por um lado o crescimento da população foi menor, por outro aumentou a taxa dos que vivem em áreas urbanas nesta última década: subiu de 81% para 84%. O Paraná, com relação à média nacional, é um estado mais urbano (85,31%), mas mesmo assim tem um dos nove municípios brasileiros que computaram uma quantidade de habitantes de mais de 90% vivendo em áreas rurais.

É o caso de Antonio Olinto, na Região Sudeste do Paraná: tem 7.351 habitantes e apenas 687 pessoas que estão na cidade. O restante mora no sítio. O município foi habitado essencialmente por colonos poloneses e deve resistir à urbanização assim como outros três municípios do Rio Grande do Sul (Chuvisca, Itati e Barão do Triunfo), dois de Pernambuco (Curral de Cima e Barra de Santana), um de Alagoas (Limoeiro de Anadia), um do Amazonas (Careiro de Várzea) e um do Piauí (Aroeiras do Itaim).

Em Balbinos, 88% são homens

Para a felicidade das mulheres que vivem em São Paulo, é neste estado que se concentram nove dos dez municípios com maior proporção de homens. A primeira colocada no ranking é a cidade de Balbinos, com um porcentual de 88,2% de homens. A população da cidade cresceu 199,47% desde o Censo 2000 com a instalação, em 2005, de duas penitenciárias. Há dez anos, Novo Progresso, no Pará, tinha o título de cidade com maior concentração masculina (60,31% da população). Balbinos não figurava nem entre as dez cidades dominadas pelos homens.

Outros municípios do estado também figuram na lista: Pracinha (72,83%), Lavínia (70,46%) e Iaras (65,81%). Segundo o IBGE, o resultado está associado à agricultura e a fatores como instalação de fábricas.

No Paraná, a cidade com maior porcentual de homens é Manfrinópolis: 53,73% da população é masculina. Na contramão, Santos (SP) é o município com maior porcentual de mulheres (54,25%). A predominância feminina, neste caso, está associada também ao processo de envelhecimento da população. Como as mulheres vivem mais do que os homens, a partir de uma determinada faixa etária aumenta a participação feminina. No Paraná, Curitiba é a cidade com mais mulheres: elas representam 52,34% da população.

No Brasil, elas são maioria: 97.342 162 contra 93.390.532 homens. A relação é de 95,9 homens para cada 100 mulheres. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. Essa superioridade feminina se repete em todas as regiões do país, com exceção da Região Norte. Lá são 8.004.129 homens contra 7.861.549 mulheres.

“Estas cidades essencialmente rurais não devem mudar seu perfil, são exceção e foram as que resistiram à urbanização porque elas dependem essencialmente do que produzem”, afirma o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Pontifícia Univer sidade Católica do Paraná (PUC-PR), Carlos Magno.

Para o professor de curso de Estatística da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ansel­mo Chaves Neto, além da questão econômica, há também a cultural. “É um povo tradicionalmente ligado à agricultura e não pensam em sair dali até porque sabem que se venderem a propriedade, dependendo do local, não vão conseguir muito dinheiro para viver com conforto na cidade”, diz.

Catarinenses

Da Região Sul, Santa Catarina foi o estado que teve a maior taxa de crescimento anual nos últimos dez anos. Cresceu 1,66%, en quanto o Paraná subiu 0,88% e Rio Grande do Sul chegou a 0,49%. O presidente do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, explica que os catarinenses receberam mais migrantes (inclusive dos dois estados vizinhos) e tiveram uma taxa de fecundidade maior entre as mulheres, o que explica o crescimento mais elevado. “Há também a questão do emprego. A população tem encontrado uma boa oferta de trabalho em cidades interioranas de Santa Catarina. Joinville, por causa do seu polo industrial, teve um crescimento maior que o de Londrina e passou a ser a terceira maior cidade da Região Sul, deixando o município paranaense para trás”, explica.

Das cidades do Sul que perderam e ganharam população (veja no mapa desta página), no Paraná 21 municípios contabilizaram mais habitantes que os Censos anteriores e serão beneficiados com mais verba do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), enquanto outros 11 irão perder porque tiveram decréscimo no número de habitantes. Os dados do IBGE, principalmente por causa do FPM, estão sendo contestados por 24 municípios. Sinval Santos explicou que o instituto tem 30 dias para analisar, mas já garantiu que não haverá recontagem.

Multiplicação

A população do município de Balbinos (SP) foi a que mais cresceu nos últimos dez anos no país: passou de 1.313 para 3.932 habitantes, numa alta de 199,47%. Já no Paraná, a cidade que mais teve aumento de habitantes foi Tunas do Paraná, na região metropolitana de Curitiba, saltando de 3,6 mil habitantes em 2000 para 6,2 mil este ano (73,3%). “No porcentual da população é a que mais cresceu, mas não é um número absoluto tão expressivo assim. É porque a cidade é pequena e a migração de poucas famílias para lá, por exemplo, pode aumentar na proporção total de habitantes. Mas se pensarmos na segunda que mais cresceu, que é Pontal do Paraná, ela teve um saldo mais significativo de novos moradores (6,5 mil)”, explica Carlos Magno. Segundo ele, provavelmente há indícios de migração para o litoral por causa das notícias sobre o novo porto que deve sair em Pontal.

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