quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A desindustrialização em marcha


Por Rodrigo Medeiros/Valor Econômico

Peso da indústria no PIB cai para 15,5% e volta ao nível de 1947

Ha cinco anos, a indústria de transformação perdeu quatro pontos percentuais de peso no Produto Interno Bruto (PIB) - passou de uma participação de 19,2% em 2004 para apenas 15,5% no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é menor percentual desde 1947, quando o Brasil ainda era um país agrícola e não possuía nenhuma montadora de automóveis. Naquela época, 62 anos atrás, a participação foi de 16%.

Nos últimos cinco anos, a indústria total (incluindo extrativa, construção e serviços públicos), cresceu 17%, bem abaixo da alta de 26% do PIB no mesmo período. Não é de hoje, contudo, que a indústria vem perdendo espaço na economia brasileira, observa o professor Nelson Marconi, coordenador do curso de graduação da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.
No trabalho em que analisa a perda de competitividade da indústria brasileira, Marconi observa que o Brasil chegou "muito cedo" a um percentual tão pequeno de participação da indústria de transformação no PIB. Em outros países, quando a indústria entrou no processo de desindustrialização, a renda média oscilava entre US$ 8 mil e US$ 11 mil, segundo estudos internacionais analisados por Marconi e por Fernando Barbi, doutorando da FGV.

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