domingo, 26 de setembro de 2010

A Boca Maldita parecia congelada no tempo


Após algumas semanas sem ir à Boca ontem me deu vontade de ir ver no "grande palco" da província o novo velho cenário, pois as cores das bandeiras mudam, mas não os mesmos atores contracenando a monocromática opera bufa eleitoral, cujo roteiro, que só muda em relação a escalação dos "inimigos", ano após ano é praticamente sempre o mesmo.

Para quem passa o som estridente dos discursos soa desconexo, pois os altistas políticos do "baixo clero" em seus longos e enfadonhos discursos falam para si mesmos, já que os passantes, quando prestam atenção, se é que prestam, pois são raros os que param para ouvir, ou pegam o começo, o meio ou o rabo do discurso, que embora mude de voz é sempre o mesmo.

Como parte da paisagem os cansados e famintos chacoalham as bandeiras, pela repetição origem das futuras bursites, sob as vistas sisudas dos "capitães de mato" a mando dos coordenadores das campanhas e a palavra de ordem com "grande carga ideológica" era: "quem não chacoalhar vai para a rua", o que fazia a Rua XV parecer uma neo-senzala!

Neste vai e vem, onde o chão fica tão sujo de panfletos ilegais e legais como o tom que se dá aos maniqueístas discursos, os comissionados regiamente pagos, mas travestidos de militantes, se revezavam no microfone, tal qual fosse uma competição para ver quem conseguia ofender mais os adversários ao mesmo tempo em que elogiavam as "qualidades dos patrões". Alguém berra:

"Olha o TRE!"

Dentro do café alguns incultos petistas, que nem ao menos sabem que em São Paulo ocorre uma a Bienal, surtados,chamavam de tudo o dono do blog Vampiro de Curitiba, que ousará postar uma imagem de um dos desenhos do artista pernambucano Gil Vicente, onde este se auto-retrata "matando" o Lula, pois achavam que este desenho tivesse sido feito pelo blogueiro.

As faces dos comissionados, que correm um sério risco de desembarcarem de seus cargos em Janeiro, eram tensas, pois acostumados a mamarem deitados nas tetas do erário começam a se aperceber que o fim da festa está próximo e o pior, ganhando ou perdendo as eleições, já que o “Pessutão o Implacável” promete já Outubro o desembarque em massa de todos os ex-afilhados do Requião.

De repente, não mais que de repente, embora não estivesse chovendo, a chuva caí e era dourada. Molhado até os ossos pela substância nada divina, mas muito humana, alguém grita "filha da puta, é mijo" e a roda composta pelos pseudo oradores e panfleteiros encharcados se dispersa a toque de mágica, digo, a toque de mijo.

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