sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Requião rasgou a carta de Puebla


Valdir Izidoro Silveira(*)

A velha militância peemedebista todo o Paraná, que na Convenção Estadual ouviu e viu o discurso apaixonado de Requião defendendo a candidatura de Osmar Dias, deve ter ficado, no mínimo surpresa e também indignada com essa decida à rampa do grande defensor da Carta de Puebla.

Requião irritou os convencionais com aquele discurso, com o comportamento de Tartufo, o personagem de Molière. Da forma com que bajula Osmar e seus sequazes Requião se transforma no tartufo da política paranaense. Torna-se personagem e ator de uma ópera bufa.

Ao defender, com ardor, a candidatura de Osmar apoiado pelo PMDB, Requião jogou uma pá de cal nas suas propostas, outrora, mudancistas. Vejam que uma corrente minoritária do PMDB, mas que está no poder de mando, defende também o arreglo à candidatura Beto; ambas as correntes são de paus mandados do Requião; fazem só o que o mestre mandar.

Faço essas críticas de cabeça erguida, pois fui um colaborador leal e sempre votei no Requião. Não tenho temor reverencial por quem quer que seja; por isso essa crítica pesada e uma confissão de voto: jamais votarei em Requião que abraçou a traição por interesses meramente pessoais e com individualismo exacerbado chutou o coletivo.

A matéria plantada na Veja é um exemplo de patifaria política, de desrespeito aos companheiros leais, de comportamento de gente que não tem quaisquer compromissos éticos. As urnas vão sepultar esses personagens políticos, bem como vão sepultar a turma do Diário Secreto. Estou declarando guerra, com a nossa tribuna na praça, contra essa corja que quer fazer dos partidos, da política, uma confraria familiar e de interesses particulares.

Um partido como o PMDB, cuja militância antiga sofreu na carne as perseguições da ARENA, dos seus quadros reacionárias que sempre foram contra os projetos sociais; contra a reforma agrária, a favor dos interesses estrangeiros, repito, um partido como o PMDB não pode agora jogar a sigla nos braços de quadros orgânicos da direita, entre eles um ex-secretário de Requião e ex-ministro da agricultura de Lula que, mesmo estando no PMDB, apóiam a candidatura de Osmar Dias.

O Pessutão, "era" o nosso candidato, mas se essa traição acontecer, já decidi de que lado estarei; votarei nos meus camaradas do PCB porque não vou rasgar os meus princípios votando naqueles que apoiaram o golpe militar e ajudaram, com seus aplausos – será que foi só aplauso?-, a prender, a torturar e assassinar meus companheiros.

Cuidado minha gente; o inimigo está dentro da nossa casa! Eu não rasgo e não rompo com os meus princípios, como Requião rasgou e rompeu com a Carta de Puebla ao se apaixonar por Osmar.

(*) Jornalista e engenheiro agrônomo.

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