sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O debate na Band com os candidatos ao senado



O formato do debate entre os candidatos ao senado embora tenha permitido que este fosse democrático ao garantir o acesso do candidatos dos partidos menores, no caso o PV e o PSOL, acabou por gerar um tempo menor para cada um expressar as suas posições, como também para uns questionarem aos outros com maior profundidade.

Na face de todos os candidatos estava expresso os desgastes físicos que a campanha lhes trouxe, sendo que pela idade mais avançada o que aparentava estar mais desgastado era o ex-governador Requião, que embora esteja bem a frente dos demais pelo que indica as pesquisas divulgadas ontem chegou ao seu ponto máximo de crescimento eleitoral, já que entre todos é do ponto de vista da campanha o mais conhecido pelo eleitorado.

O Gustavo Fruet foi firme e claro em suas colocações e conseguiu com maestria estabelecer os contraditórios. Ele destacou que temas essenciais para o país e para o Estado estarão em pauta no Senado nos próximos anos, como as reformas – tributária, política e da Previdência - e disse que esta eleição é a oportunidade de renovação na política do Paraná.

Em seu posicionamento educado, mas crítico apontou a contradição central que envolve as campanhas de seus adversários ao senado abrigados na Coligação encabeçada pelo Osmar, onde hoje prevalece o "fogo amigo":

“Fico pensando como seria se um de nós tivesse em algum momento entrado com processo judicial contra outro integrante da chapa”.

Este questionamento foi uma direta ao processo movido pelo ministro do Planejamento Paulo Bernardo contra o ex-governador Requião diante da acusação do então governador de que a implantação da ligação ferroviária de Ipiranga seria uma negociata. O ex-governador e a Gleisi, mulher do ministro são hoje candidatos da mesma coligação. Para ele naquele episódio o Paraná perdeu a possibilidade de construir o ramal em razão da personalidade do ex-governador.

Gustavo Fruet disse que a única ação firme do governo federal na economia foi a manutenção da política macroeconômica, do governo anterior, que garantiu a estabilidade para dar sustentação ao desenvolvimento econômico.
Ele também criticou a política de juros altos, defendeu maior fiscalização do Senado sobre as agências reguladoras e sobre o Banco Central. “"Os Bancos obtiveram lucros recordes, o que é uma contradição para um governo que se diz dos trabalhadores", afirmou.

No debate o Gustavo apontou o fato de que o governo federal está destinando R$80 bilhões do orçamento ao BNDES as grandes empresas e destacou que nos últimos anos a maior parte dos financiamentos do banco foram para apenas 12 grandes oligopólios, dois públicos e dez privados, sendo entre eles cinco empreiteiras.

O candidato do PSDB classificou o atual Congresso como "refém do Executivo", em uma “relação promíscua e de submissão”.

O Ricardo Barros, que é um político de resultados, logo no início de sua explanação afirmou que graças ao seu trabalho enquanto deputado conseguiu trazer recursos para mais de duzentos municípios do Paraná.

Um dos temas centrais da campanha do Ricardo Barros é a segurança e ele criticou a falta de policiais, de delegados e lembrou a sensação de medo que os paranaenses vivem e aponto como umas das principais causas a falta de investimento estatal na contratação de policiais. Como exemplo ele apontou um caso:

“O povo do Paraná está com medo. Há municípios como Itaúna do Sul e Diamante do Norte que são atendidos por meio policial, ou seja, é o mesmo policial que cuida das duas cidades no mesmo turno”

Sobre o tema segurança e os caminhos para solucionar o alto grau de violência ele também afirmou:

“Os dados mostram que hoje o efetivo da polícia civil é a metade do de oito anos atrás. E o número de policiais militares é o mesmo há muitos e muitos anos”.

“Temos que garantir a segurança das nossas famílias. O crack está em todas as cidades, inclusive nos menores distritos do Estado”

“Vamos ocupar nossos jovens ao permitir estágio a partir dos 14 anos para alunos do ensino regular. Eles vão aprender um ofício e ajudar na renda da família”.

Ricardo reforçou que as suas propostas focam na defesa da família. Junto ao trabalho de proteção das crianças e dos jovens, ele vai priorizar a regionalização efetiva do sistema de saúde e a criação de um programa de renda mínima para garantir uma velhice digna a milhares de idosos:

“Só com o núcleo familiar salvaremos nossas crianças das drogas. Precisamos recuperar a autoridade da família”.

No debate a Gleisi Hoffmann (PT) abordou com maior ênfase a questão da segurança e da diminuição da maioridade penal. Gleisi se posicionou contra essa medida. A candidata entende que não é com a diminuição da idade que vamos combater a criminalidade:

“É importante combater o crime e o narcotráfico, mas precisamos ter políticas em favor dos nossos jovens”.

“Quero estar no Senado para votar um plano integrado na Segurança Pública, com o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), dando mais recursos para as polícias, combatendo o crime nas fronteiras, agora com ajuda das Forças Armadas, mas é essencial políticas estruturantes em apoio as nossas famílias, aos jovens, com também políticas sociais”.

Quando perguntada pelo Roberto Requião (PMDB) sobre as conquistas do Governo Lula ela disse:

"Assisti hoje o programa eleitoral da nossa presidenta Dilma, onde mostrou que o Bolsa Família trouxe mudanças profundas para os brasileiros. O programa do Governo Lula deu oportunidades e dignidade a mais de 12 milhões de famílias, que foram diretamente beneficiadas pelo Bolsa Família."

Em relação a questão familiar ela afirmou:

"Defendendo as mulheres e as crianças e assim, será possível, defender os direitos da família melhorando as relações na sociedade."

O Requião, como vidraça que é ao ser o ex-governador, no debate fez a defesa de seu período no governo do estado:

“O Paraná é um hoje um sucesso administrativo, batendo recorde na geração de empregos. É essa experiência toda que tem que ser levada ao Senado.”

“A polícia tinha comandos indicados por deputados, estava sucateada. Ampliamos o efetivo, compramos armamentos, viaturas; criamos a Força Alfa, na fronteira e o policiamento comunitário”.

“Fizemos o livro didático público, a capacitação continuada dos professores, a TV Paulo Freire, colocamos um televisor com pen-drive em cada sala de aula, construímos canchas esportivas. Levantamos a qualidade do nosso ensino”

Em defesa do governo Lula, o que soou até de forma caricata, já que até a pouco foi um dos seus maiores críticos, disse:

“O Lula acabou com aquela história de fazer o bolo crescer para dividir. Ele mexeu na base. Vinte e um milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta.”

O Piva, que não tem nada a eleitoralmente perder e sim a ganhar pela visibilidade alcançada com o debate, o que ele próprio reconheceu ao citar que o tempo que teve era maior do que tinha no horário do TRE, se posicionou como o "advogado do diabo".

Tal qual o candidato de seu partido à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, fez no debate a presidência o candidato do PSOL roubou a cena. A todo momento o Piva provocou os adversários, fez piadas e chegou a propor o fechamento do Senado:

"Posso até estar errado. Mas quero propor um plebiscito sobre isso, para saber a opinião do povo, que paga R$ 3 bilhões por ano para sustentar esse abrigo de coronéis como o José Sarney (PMDB)".


Rubens Hering (PV) em vez de expor suas idéias sobre o que é a proteção em defesa do meio ambiente e principalmente sobre o que é o desenvolvimento sustentável, teses chaves de seu partido, em tom moralista perdeu o seu tempo cobrando dos adversários a defesa da cassação dos mandatos na Assembleia Legislativa do Paraná e em pedir a todos os eleitores que lhe dêem o segundo voto:

“Convido os senhores a endossar o pedido do PV ou estarão sendo coniventes com esse desvio do dinheiro público”.

"Peço que me dêem o segundo voto para o senado".


*O debate pela escassez de tempo só cumpriu em parte a função de esclarecer o eleitorado sobre o que os candidatos pensam sobre os demais e o que os mesmos propõem para a sociedade.

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