terça-feira, 9 de abril de 2013

O FMI quer que os Bancos Centrais, já controlados por banqueiros, os mesmos que geraram a crise internacional, tenham mais autonomia. Será o caos completo, é deixar o cachorro tomando conta da carne!


Países devem dar independência 'de fato' a BCs para conter inflação, diz FMI


O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou nesta terça-feira aos governos que deem independência "de fato" às suas autoridades monetárias a fim de manter os preços sob controle.
O alerta foi feito pelo subdiretor do departamento de Pesquisas da instituição, Jorg Decressin, durante a divulgação de dois capítulos analíticos do relatório Panorama Econômico Mundial, em Washington.

A situação americana nos anos 1970 é usada como estudo de caso para mostrar que a interferência política pode prejudicar os esforços de controle dos preços. Naquela época, a ausência de firmeza do BC americano, avalia o FMI, levou à alta da inflação, apesar da estagnação econômica."Há uma diferença entre a autonomia de fato e de direito", disse o economista. "O Fed (o Banco Central americano) tinha autonomia legal nos anos 1970s, mas na prática se sentia restringido pela dinâmica política do momento e achava que tinha de apoiar a política oficial da época, que era a de reduzir o desemprego", exemplificou.
"Isso mostra que o que importa é a independência na prática, mais que legal. A autonomia legal pode ajudar, mas isso só não é suficiente para a (autonomia) na prática", disse Decressin.
O assunto é especialmente delicado no Brasil. O país vive hoje uma situação que guarda semelhanças com a mencionada por Decressin, de crescimento baixo e inflação em alta.
Devido à alta dos preços nos últimos anos, um grupo de economistas tem criticado a demora do BC brasileiro em tomar medidas "mais duras" no combate à inflação, em franco crescimento.
Segundo eles, um dos motivos para isso seria a interferência do governo na autoridade monetária, que quer evitar a todo custo a uma eventual subida dos juros.
Questionado sobre o Brasil, Decressin afirmou, entretanto, que não conhece a situação específica do país – que também vive um momento de preços em alta apesar da atividade econômica mais fraca – para tecer comentários.
Ele afirmou, entretanto, que não conhece a situação específica do Brasil – que também vive um momento de preços em alta apesar da atividade econômica mais fraca – para tecer comentários.

Inflação sob controle

A questão da autonomia das autoridades monetárias é central na análise do capítulo que o FMI divulgou nesta terça-feira sobre a trajetória da inflação mundial, sobretudo nos países desenvolvidos.
A análise mostra que, surpreendentemente, a inflação não caiu durante a atual crise econômica, como era de se esperar. A teoria econômica reza que em momentos de alto desemprego, como o atual, os preços tendam a cair.
"Olhando para o futuro, nossa análise sugere que as atuais políticas monetárias (para estimular a economia) não devem ter consequências inflacionárias significativas", diz o relatório.
Entretanto, o documento faz duas ressalvas: a primeira, um alerta para que o atual cenário de pouca inflação leve os governos a não ser complacentes com a alta dos preços; a segunda, um lembrete sobre os riscos provenientes de "pressões políticas e independência limitada dos bancos centrais".
"A história claramente demonstra os riscos associados com a restrição dos apertos monetários apropriadas em resposta à inflação persistentemente em alta", avalia o documento.
Os capítulos analíticos divulgados nesta terça-feira abrem a "temporada" de análises econômicas que o Fundo divulga nas semanas anteriores às suas reuniões de primavera e outono – ambos eventos, neste ano, a serem realizados na capital americana.
Na próxima quinta-feira, o FMI divulgará mais capítulos analíticos do seu relatório de estabilidade financeira global e, na semana que vem, as esperadas projeções de crescimento para a economia mundial e as economias nacionais.
Os encontros de primavera (outono no Brasil) do órgão estão marcados para ocorrer entre os dias 19 e 21 de abril, na sua sede em Washington. (BBC)

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