sábado, 1 de setembro de 2012

As "broncas" de Russomanno: primeiro foi o envolvimento com o Cachoeira e agora MPF-DF pede quebra de sigilo de empresa dele


O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) pediu à Justiça a quebra de sigilo fiscal da empresa Night and Day Promoções Ltda., que tem como sócio majoritário o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, líder nas pesquisas de intenção de voto. Deputado por quatro mandatos seguidos, ele é alvo de investigação por suposto crime de peculato - uso de cargo público para desvio de recursos - ocorrido entre 1997 e 2000.
Russomanno é acusado de usar verba de gabinete da Câmara dos Deputados para pagar os salários de uma funcionária da Night and Day. Sandra de Jesus Nogueira foi nomeada assessora do gabinete do então parlamentar, mas o Ministério Público suspeita que, na prática, ela trabalhava para a empresa de Russomanno, como informou ontem o site Último Segundo.
O candidato ainda argumentou que a empresa ficou desativada por dois anos: 1998 e 1999.Em sua defesa, o candidato alega que Sandra trabalhava em seu escritório político em São Paulo - a medida é permitida aos deputados federais. Russomanno diz que esse escritório funcionava no mesmo endereço da empresa e que, quando ela prestava serviços eventuais à Night and Day, era de maneira informal, sem prejuízo de suas funções como secretária parlamentar.
Sandra foi demitida da Night and Day em 1997 e nomeada logo em seguida como secretária parlamentar. Segundo o ex-deputado, na época ele a teria ajudado em um processo de adoção e, se estivesse desempregada, seria mais difícil conseguir da Justiça a guarda da criança.
"Lembro-me ainda que, depois do horário de expediente, ela me ajudava prestando alguns serviços para a produtora. Ainda com o intuito única e exclusivamente de ajudar, assinou declaração em data que me encontrava em Brasília, mesmo sem procuração", disse Russomanno em depoimento à Justiça.
No processo, segundo o Último Segundo, documentos indicam que Sandra assinava contratações e demissões de funcionários da empresa, recebimento de talões de cheque, contratos de publicidade e baixa em carteira de trabalho de profissionais que deixaram a produtora quando já fora nomeada para o cargo.
O processo por peculato foi aberto após denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal. Hoje, o processo corre no Tribunal Regional Federal (TRF), pois Russomanno, ao encerrar o mandato de deputado, deixou de ter direito ao foro privilegiado.
Consequência
Procurado na noite de sexta-feira (31), Russomanno disse ao Estado que colocou à disposição do MPF os sigilos fiscal e bancário da empresa - o MPF quer saber se, de fato, a Night and Day estava inativa entre 1998 e 1999, como disse o ex-deputado em depoimento à Justiça. (AE)

Conexão com Cachoeira abala alta de Russomano
 O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomano, está brilhando não apenas nas pesquisas de opinião, mas também nos grampos da Operação Monte Carlo. Em reportagem do jornal Correio Brasiliense, revelou-se que a PF flagrou, em suas escutas, o doleiro da organização de Carlinhos Cachoeira, Alex Antônio Trindade, contando a um interlocutor chamado Fábio que tinha contrato com Russomano para a transferência de R$ 7 milhões para uma conta mantida pelo deputado no exterior. Segundo Alex, o dinheiro já estaria "disponivel" para ser transferido, na forma de R$ 4 milhões em uma conta bancária e outros R$ 3 milhões guardados dentro de um cofre, em espécie. Segundo as investigações da PF, Alex Trindade era ligado a Gleyb Ferreira da Cruz, homem de confiança de Cachoeira encarregado de coordenar as transferências de recursos do bando de instituições financeiras, brasileiras e internacionais, para empresas de fachada e beneficiários da quadrilha. Gleyb foi preso durante a Operação Monte Carlo, mas foi solto em junho.
Os agentes flagraram diversos contatos telefônicos da dupla, em fevereiro, parte deles tratando de remessas de dólares para o exterior. De acordo com a PF, Alex Antônio, Gleyb e Fábio chegaram a participar de uma teleconferência, em que Fábio afirma ter o número de uma conta no México e que "o dinheiro está em um cofre do banco". Na ocasião, ele pedia garantias para não ser preso ao fazer um depósito. Em outro contato, Alex Antônio e Fábio conversam a respeito de uma nova transação. Segundo a Polícia, Alex afirma que Fábio estava se fazendo de desentendido, já que "o dinheiro usado na transferência pertenceria ao deputado federal Celso Russomanno". (247)

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