Gustavo Fruet: "Negar o mensalão é negar fatos"

O maior problema que o Gustavo Fruet está enfrentando nesta campanha é ter de explicar a razão de ter se aliado aos antigos inimigos petistas, herdados da época em que capitaneou a luta pela punição dos envolvidos no escândalo do mensalão, cujo julgamento destes hoje coincide com as eleições, o que torna isto uma polêmica atualidade.

Cheio de dar explicações, que a todo momento o atrapalha no sentido de fazer a priorização do seu discurso propositivo de candidato, já que o julgamento do escândalo do mensalão é maior que a disputa em Curitiba, Gustavo Fruet desabafa:

“não sabia que tinha tanta paciência para não me perder em um debate que é menor e é mera provocação”

A situação do ex-PSDB e hoje candidato do PDT é dramática. Se for tentar faturar politicamente do que foi o seu projeto político maior durante mais sete anos ele se isola, e se tentar ficar a margem do mesmo ficará com a imagem de quem por interesses pessoais abrandou o discurso contra os seus ex-desafetos e hoje aliados.

A poucos dias atrás ele tentou impor um discurso híbrido, mas foi uma tática que também não funcionou, já que ao de forma maniqueísta tentar dividir o PT entre "os bons e maus petistas" se isolou ainda mais junto  cúpula deste partido. Estes que controlam o PT nacional a todo custo tentam impor a versão que o mensalão não existiu e que "tudo não passou de uma simples montagem de caixa 2 para pagar despesas de campanha". O que caracterizaria um crime eleitoral menor e não o que está sendo apontado pela Procuradoria Geral da República: peculato, corrupção de parlamentares cooptados, formação de quadrilha, etc.. 

O Gustavo sempre defendeu a mesma tese hoje defendida pelo Gurgel, aliás foi um dos grandes construtores deste discurso, que aponta para penas mais duras para os envolvidos no mensalão. Estes são os últimos discursos, os que irritaram a cúpula petista:

“Tentar negar o mensalão é negar os fatos. Se aquelas movimentações financeiras de Marcos Valério não serviram para o pagamento de deputados, para quê serviram?”

“..não me arrependo de nada. Estou fazendo uma aliança comandada hoje pela Gleisi, que não tem relação nenhuma com o mensalão, não tem participação nenhuma do PT de Curitiba com o mensalão. Eu estou em paz”

Não existem dois PT, mas somente um e indivisível, e este tem em seu comando o grupo hegemonicamente majoritário, do qual o José Dirceu, o Lula, a Dilma e a própria Gleisi fazem parte, o Construindo um Novo Brasil (CNB), novo nome do antigo Campo Majoritário.

Do ponto de vista eleitoral isto reflete tanto entre os eleitores de baixa renda como na classe média, sendo este último o agrupamento social onde o Gustavo sempre concentrou a maior parte de seus votos. 

Os mais humildes, os que dependem dos programas sociais ofertados pelo governo federal, não apreciaram muito o seu discurso contra o Lula e outros líderes do PT durante a sua participação na CPI que apurou o escândalo do mensalão, o que reflete nas pesquisas , que  apontam baixa penetração nas camadas mais populares.

 A classe média, que o via como o herói que abriu o ventre do estado expondo as vísceras fétidas da "compra da governabilidade", ao ver que ele se calou depois da composição da frente com os ex-adversários neste momento de julgamento do mensalão, fica com um pé atrás, e começa a recuar na sua intenção de voto ao saber que ele está aliado com o PT.

 Como resultado dá para claramente perceber na última pesquisa, onde ele perdeu a sua posição de primeiro colocado, que grande parte dos segmentos populares, eleitores tradicionais do PT, não o querem e que grande parte  da classe média não está satisfeita com as suas atuais posições. Logo sairá a pesquisa do IBOPE, já registrada no TRE e em campo, por ela iremos saber se isto é de fat oum tendência ou a se a pesquisa DataFolha  representou somente uma oscilação momentânea.  Pela peasquisa DataFolha o Luciano Ducci, o Ratinho Junior e o Greca cresceram e ele caiu.