terça-feira, 26 de junho de 2012

Oposição e sindicatos anunciam megaprotesto no Paraguai


A Frente Nacional pela Defesa da Democracia no Paraguai anunciou nesta segunda-feira (25) uma série de "mobilizações", a partir desta terça-feira, quando começarão os bloqueios de estradas contra a destituição do presidente Fernando Lugo.
Após várias reuniões com Lugo, ficou acertado que "na terça e quarta-feira haverão bloqueios de estradas em diversas regiões", informou em entrevista coletiva Ricardo Canese, dirigente da Frente Guasú, coalizão de 19 partidos políticos que apoia Lugo desde a campanha eleitoral e que agora se uniu à Frente Nacional.
Canese, que assumiu o papel de porta-voz após se reunir com Lugo e com outros dirigentes na sede da central sindical CNT, insistiu no caráter pacífico de todas as manifestações "com base nos direitos constitucionais"."Vamos definir as ações com o passar dos dias. Começaremos localmente e queremos avançar, talvez, até uma grande marcha sobre Assunção".
"Organizaremos a distribuição de panfletos, a presença nas praças e outras ações e medidas".
Lugo disse na manhã desta segunda-feira que apoia qualquer manifestação "pacífica, pacífica e pacífica".
A Frente Nacional anunciou a criação de uma página na Internet -www.paraguayresiste.com- que informa sobre "o golpe" e "a luta".
Lugo foi destituído por "mau desempenho de suas funções em razão de ter exercido o cargo de maneira imprópria, negligente e irresponsável, trazendo o caos e a instabilidade política a toda a República". A origem da crise foi a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado na sexta-feira passada, durante a desocupação de uma fazenda. (AFP)

Grupos pró-Lugo organizam megaprotesto contra impeachment no Paraguai


Quatro dias após o impeachment do presidente paraguaio Fernando Lugo, movimentos sociais e simpatizantes do líder estão se articulando para realizar um megaprotesto para reverter sua destituição ou, ao menos, antecipar a realização das próximas eleições no Paraguai.
Até a última segunda-feira, as manifestações contra a queda de Lugo vinham se concentrando em frente à TV pública paraguaia, na capital, Assunção. Agora, líderes de movimentos sociais afirmam que nos próximos dias reunirão seus integrantes nas capitais dos Departamentos (Estados), para protestar ou iniciar uma marcha até Assunção.
Também está previsto o bloqueio de várias estradas importantes, incluindo a que une o Paraguai ao Brasil na fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (PR). "Vamos unir sem-teto, indígenas, sem-terra, estudantes, sindicalistas, todos os movimentos sociais. Marcharemos até Assunção e lá ficaremos até que Lugo volte ao poder", diz à BBC Brasil José Rodríguez, líder da Liga Nacional de Carperos (LNC), um dos maiores movimentos sem-terra paraguaios.
Rodríguez afirma que qualquer outra saída que não a volta de Lugo ao poder implicaria legitimar a quebra de regras democráticas. "Esse é um governo ilegítimo, que utilizou modos amorais para se constituir."
A LNC estava ocupando as terras em Curuguaty (a 250 quilômetros de Assunção) onde, em 15 de junho, seis policiais e 11 sem-terra morreram em confronto durante uma reintegração de posse. A matança foi apontada por congressistas como uma das principais razões para a destituição de Lugo, sexta-feira.
Para ele, os principais suspeitos pelo ato são "os que dele se beneficiaram, em vez de estimular investigações". "Nem os colorados nem os liberais (principais partidos no Congresso paraguaio) querem esclarecer o que houve, porque a teoria deles é que Lugo foi o responsável."
Segundo Rodríguez, o confronto em Curuguaty foi desencadeado por "mercenários contratados", que haviam se escondido entre as árvores a mando de poderosos. De acordo com ele, a intenção era criar um pretexto para destituir Lugo. "Pelo ângulo e pela precisão dos tiros, é evidente que houve um complô. Nem a polícia nem os camponeses sabiam da presença dos atiradores."
Após o conflito, o então presidente paraguaio ordenou a criação de uma comissão especial de investigação, da qual participaria a Organização dos Estados Americanos (OEA), para esclarecer o incidente.
Eleições antecipadas
Enquanto Rodríguez exige o retorno de Lugo, outros grupos adotam posição mais flexível. Dirigente do Movimento Camponês Paraguaio, Belarmino Balbuena disse à Agência Venezuelana de Notícias que, caso Lugo não possa voltar ao poder, que ao menos se antecipem as próximas eleições presidenciais, previstas para abril de 2013.
No entanto, também na segunda-feira, o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai anunciou que o novo presidente, Federico Franco, deverá completar o mandato até agosto de 2013 e descartou antecipar as eleições de abril.
O órgão eleitoral citou a resolução da Corte Suprema do país, que na segunda-feira arquivou a ação movida por Lugo na tentativa de invalidar o impeachment. O ex-presidente argumentou que não teve tempo para articular uma defesa para seu julgamento no Congresso.
Apesar da derrota na Justiça, Lugo pretende continuar atuando contra sua destituição. Na segunda, a Frente Nacional de Defesa da Democracia, movimento criado por ele após o impeachment, lançou um site (paraguayresiste.com) para organizar as manifestações em sua defesa.
Os principais protestos ocorrem em frente à TV pública paraguaia, em Assunção, onde manifestantes se revezam num microfone aberto - cada discurso é transmitido ao vivo pela emissora.
A frente pró-Lugo diz que a manifestação tem reunido diariamente cerca de 10 mil pessoas, incluindo alguns que estão acampados no local, mas órgãos de imprensa calculam que o número é bem menor.
Além de se dedicar ao protesto na TV pública, a frente tem pregado espalhar as manifestações pelo país. Após uma reunião do grupo nesta segunda, decidiu-se que nesta terça e quarta-feira haverá bloqueios de estradas em diversas regiões do país.
Em Ciudad del Este, na fronteira do Paraguai com o Brasil, organizadores da manifestação prevista disseram à BBC Brasil que poderão fechar a ponte da Amizade, que une os dois países. "Levaremos 15 mil camponeses às ruas", diz Federico Ayala, líder de um grupo de 5 mil famílias sem-terra que ocupa uma área a 70 quilômetros de Ciudad del Este.
"Lamentavelmente somos do interior e não pudemos estar todos a Assunção quando houve o golpe, mas há tempo para reagir". (BBC)

1 comentários :

Apelido disponível: Sala Fério disse...

Temos que fazer o mesmo aqui, em solidariedade com os paraguaios, em coordenação com outros países do nosso continente. Quero ver a mídia ignorar e dizer que tá tudo calminho ... que todos aceitaram o golpe.

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