quinta-feira, 5 de abril de 2012

Richa assume o Codesul com críticas à União

Com um discurso crítico à concentração de recursos em Brasília, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assumiu ontem a presidência do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). O conselho, cuja presidência se alterna anualmente entre os governadores do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, era presidido pelo gaúcho Tarso Genro (PT). Neste ano, era a vez do governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), assumir o grupo, mas ele abdicou por motivos pessoais.

Em seu discurso de posse, Richa afirmou que os recursos federais demoram a chegar aos estados do Sul e não vêm na proporção devida. Ele criticou também a União por compartilhar responsabilidades com os estados, mas sem a devida alocação de verbas.

“Temos sentido movimentos em várias partes do país por parte dos governadores, que não suportam mais a alta carga de atribuições. A contrapartida financeira não acompanha essas novas atribuições”, disse, em entrevista coletiva após a cerimônia.

Richa evitou, entretanto, dirigir críticas diretas ao governo federal. Richa ressaltou que essa é uma questão estrutural de mais de 30 anos e, inclusive, elogiou a presidente Dilma Rousseff (PT), dizendo que ela mantém um “diálogo franco” com os estados.

O discurso foi corroborado por Tarso, que foi ministro da Educação (entre 2004 e 2005) e da Justiça (de 2007 a 2010) no governo Lula. “Brasília está passando hoje por um processo de reorganização do pacto federativo. Essa reorganização não tem que desconcentrar o poder da União, mas alocar recursos compatíveis com as responsabilidades que os estados estão assumindo”,afirmou.

Ferrovias

Além da dar posse ao novo presidente, os governadores se reuniram também para discutir a construção da ferrovia entre Cascavel (PR) e Maracaju (MS). André Puccinelli afirmou que o Codesul tem conversado com o governo federal para a liberação de verbas para a construção do ramal que liga Mato Grosso do Sul a Santa Catarina e ao Porto de Paranaguá.

Puccinelli disse estar esperançoso de que a obra saia nos próximos três anos. Questões relacionadas à Defesa Civil e à distribuição de gás natural também foram discutidas na reunião. (GP)

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