terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Acusado de comandar fraude em combustíveis nega crime

O empresário Cléber Onésio Alves Salazar, acusado de comandar o esquema de fraude nas bombas de combustíveis em Curitiba, negou em depoimento nesta terça-feira que tenha praticado qualquer crime. Ele está preso em Curitiba desde a noite desta segunda-feira, quando se entregou à polícia. Em reportagem exibida domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo, Salazar apareceu negociando a instalação de um dispositivo que altera a bomba.

Segundo a promotora Cristina Corso Ruaro, da Promotoria de Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Paraná, foi mostrado a Salazar trecho a trecho da reportagem e cobrado explicações dele sobre cada procedimento. "Ele alegou que está tudo dentro da legalidade, que tudo o que fez era lícito, que não instalou nenhuma placa para fraudar a quantidade de gasolina registrada pela bomba", disse a promotora. "Ele disse ainda que os R$ 5 mil que aparece cobrando dos proprietários de postos é o valor comum da manutenção que sua empresa faz", acrescentou. O Ministério Público, que já conseguiu autorização judicial para a quebra de sigilo fiscal e telefônico do suspeito, informou que, agora, irá comparar os dados e buscar informações nas empresas concorrentes à de Salazar sobre os procedimentos.

O delegado da Delegacia do Consumidor, Jairo Estorilio disse que, se comprovadas as fraudes, além de Salazar, que responderá pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal e contra a ordem econômica e as relações de consumo, os proprietários dos postos também serão indiciados. Segundo depoimento, Salazar prestava manutenção a 40 postos da região de Curitiba.

Força-tarefa

O procurador-geral de Justiça do Paraná Olympio de Sá Sotto Maior Neto informou que o Ministério Público integrará uma força-tarefa junto com a Delegacia do Consumidor e com os órgãos de fiscalização (Ipem e Imnetro) para investigar todos os postos de Curitiba. "Iniciaremos pelos 40 postos atendidos pela empresa dele (Power Bombas Manutenção e Instalação Ltda) e estenderemos a ação para todos os estabelecimentos. As equipes já estão nas ruas", disse. O procurador-geral negou que tenha recebido qualquer denúncia anterior sobre o esquema. "Se tivéssemos essa informação anterior, conseguiríamos armar o flagrante e pegar esses criminosos no ato da instalação dessas placas. Perdemos um tempo importante. A reportagem foi gravada em dezembro. Mesmo com todas as bombas lacradas (os postos estão proibidos de abrí-las desde ontem), nada impede que as placas já tenham sido removidas anteriormente", disse.

O promotor de defesa do consumidor Maximiliano Deliberador disse que dificilmente os consumidores lesados serão reembolsados mesmo que comprovada a fraude. "Mas um motorista que abasteceu em um posto que vier a ser condenado e guardou a nota fiscal poderá ingressar com uma ação por danos morais", disse, reforçando que o consumidor, ao abastacer, tem o direito de exigir que o posto realize não só o teste de qualidade do combustível, como, também, o teste de quantidade. (JB)

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