O enterro da Europa social percorre o noticiário econômico há anos, mas nas últimas horas os dobrados fúnebres ecoam decibéis cada vez mais sombrios: Grécia dobra a aposta na ortodoxia; Itália vai às cordas na rendição aos mercados; Sarkozy anuncia novos cortes de gastos e aumento na idade mínima da aposentadoria. Não é pouco o que se perde nesse cortejo. Com um pé na cova, o neoliberalismo arrasta consigo um pedaço do mundo onde, sob o impulso das ruas e dos sindicatos, e sob a vigilância de um singular discernimento dos direitos civilizatórios, a sociedade resistiu durante mais de quatro décadas à lógica bruta dos mercados impondo-lhe contrapesos contundentes de democracia política e social.
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