quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O delegado federal Reinaldo, secretário da Segurança, discutiu com o Movimento Social a violência praticada por grupos neonazistas contra a população



Os seis neonazistas presos acusados da morte do casal, também de neonazistas, mas dissidentes, Bernardo Dayrell e Renata Waeschter Ferreira, assassinado a tiros na madrugada do dia 21 de abril de 2009

Em Curitiba existem alguns grupos de neonazistas e estes de forma extemamente violenta agem pela cidade, principalmente na região do Largo da Ordem, Calçadão da XV e nas proximidades da Praça Eufrásio Correa.

Nas suas ações estes grupos paramilitares, pois circulam armados de armas brancas, porretes, marretas, socos inglês, e em muitos casos portando arma de fogo, tem atacado aos gays, negros, estrangeiros latino americanos e mais recentemente aos comunistas, como foi o caso ocorrido no calçadão da XV na madrugada de sábado para domingo.

Diversas entidade em prol dos Direitos Humanos vem a algum tempo debatendo internamente está triste realidade, que envolve agressões verbais e físicas motivadas pelo ódio racial, preconceito sexual, fanatismo político. Acredito que a partir de ontem estas começarão a atuar em conjunto em busca de soluções mais definitivas contra estes atos, sendo, como foi dito pelas entidades, importante levar como pauta prioritária para todo o Movimento Social e a Sociedade Civil em geral, já que estas ações são nefastas para todo o tecido social.

Integrantes das direções do PC do B, Cebrapaz, Comissão de Direitos Humanos da ALEP, Grupo Dignidade, Fepal, Associação Cultural de Negritude e Ação Popular e UJS estiveram ontem em audiência com delegado federal Reinaldo de Almeida César, secretário de Segurança Pública do Paraná. Antes da reunião com o secretário os representantes dos Movimentos Sociais tiveram uma reunião preliminar com capitão Stange, que dirige as relações da Secretaria de Segurança com os Consegs, como também o delegado Toledo representando a Polícia Civil, que os receberam muito bem, demonstrando serem muito sensíveis ao tema apresentado, no caso a violência praticada por estes grupos extremistas da direita nazista contra populares indefesos.
Festa de comemoração do nascimento de Adolf Hitler ocorrida em uma chácara em Quatro Barras

O secretário e seu assessores deixaram claro que a atual direção da Secretaria das Segurança na sua ação pretende estreitar cada vez mais os laços com as Sociedade Civil Organizada na busca de uma estrutura policial cada vez mais cidadã. Pois o contato com as Comunidade faz o fluxo de informações aumentar e com isto a consequência é uma maior capacidade de ação por parte dos organismos policiais.

Embora de forma mais pontual do que enquanto política de estado alguns bons policiais já a muito tempo tenham acompanhado e agido estes episódios lamentáveis de agressões e até muitas prisões já tenha ocorrido contra estes grupos compostos por neonazistas, a falta de uma política estratégica dificulta a ação. O secretário Reinaldo afirmou as entidades sociais que a partir de agora este quadro vai mudar, pois a repressão contra estes agrupamentos odientos irá aumentar ao se tornar uma das políticas prioritárias na ação desta Secretaria de Estado. A movimentação destes grupos extremistas será acompanhada de perto.

Outra informação importante repassada pelo secretário Reinaldo foi a de que está sendo montada uma equipe altamente especializada cuja tarefa principal será a investigação de crimes insolúveis de assassinatos, entre estes muitos casos que vitimaram gays, negros e indigentes, vítimas principais destes grupos nefastos a sociedade.
Outra foto da mesma festa

Embora estes grupos neonazistas sejam do ponto de vista do número reduzido de seus integrantes pouco significativos do ponto de vista de inserção social as ações violentas praticadas pelos mesmos contra os gays, negros, pobres indigentes, estrangeiros latino americanos e contra os comunistas a cada dia crescem assustadoramente. Estas agressões muitas vezes acabam não sendo denunciadas e registradas em Boletins de Ocorrências, pois os agredidos por medo e outros motivos pessoais acabam não tomando a atitude que deveriam tomar, o que dificulta a ação da Polícia por falta de informações e de casos legalmente concretos para apurar. Sem o registro das denúncias não são desencadeadas e priorizadas as investigações. É importante registrar o BO.

Alguns casos de assassinatos, tentativa de assassinatos e agressões:


Movimentos de defesa dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e travestis (GBLT) farão no próximo mês uma campanha para conscientizar as vítimas de agressões sobre a importância de denunciar os casos à polícia. De acordo com o presidente do Centro Paranaense de Cidadania (Cepac), Igo Martini, a maioria das ocorrências deixa de ser registrada pelo medo das vítimas. “Além dos skinheads, são constantes os casos de jovens que de dentro de carros em movimento jogam pedras, ovos ou bolas de borracha contra travestis nas ruas, por exemplo”, cita Martini.


De acordo com movimentos ligados à defesa dos direitos de homossexuais e travestis, casos de agressões relacionados a grupos neonazistas vêm aumentando em Curitiba nos últimos meses. Das 75 agressões registradas pelo Centro de Referência João Antônio Mascarenhas – que presta atendimento social, psicológico e jurídico gratuito a homossexuais e travestis vítimas de violência – nos meses de novembro, dezembro, fevereiro e março (o centro entra em recesso em janeiro), em oito as vítimas tiveram lesões graves. Todas essas agressões mais violentas ocorreram nas ruas, forma usual de os neonazistas abordarem homossexuais e travestis. “E estes casos são apenas a ponta do iceberg, porque por causa do medo, a imensa maioria dos agredidos não registra a violência nem nos grupos de apoio e muito menos na polícia”, enfatiza o coordenador do centro de referência, Marcio Marins. Diante de tal quadro, além da manifestação dos estudantes da UFPR, grupos ligados aos direitos humanos também encaminharão na próxima semana uma solicitação ao Ministério Público para que investigue as agressões. Principalmente a ação de grupos neonazistas.

Histórico de agressões

Só em março, aponta a presidente da ONG Grupo Dignidade, Rafaelly Wiest, dois travestis procuraram o centro de referência bastante machucados, com lesões graves nos rostos. Os dois foram agredidos em datas diferentes, mas na mesma região, próximo à Rua Cruz Machado, no Centro – tradicional reduto de travestis. Pelas características dos agressores citadas pelos travestis, tudo indica que ambos também foram vítimas de neonazistas. “Elas apanharam de corrente, soco-inglês e tacos de baseball com pregos na ponta. Em um dos ataques, os agressores jogaram pimenta com amoníaco nos olhos do travesti, que acabou perdendo uma visão”, relata Rafaelly. Após as agressões, os dois travestis foram embora de Curitiba. “Elas ficaram com medo de serem agredidas novamente”, ressalta Rafaelly.

Desde 2005, três casos de violência envolvendo grupos neonazistas foram notificados em Curitiba, todos no Centro da cidade. Em setembro daquele ano, um rapaz homossexual de 19 anos teve o abdome perfurado por uma tesoura ao ser atacado por cinco homens de cabelos raspados quando saía de uma padaria próxima à Rua 24 Horas, no Centro. No mês seguinte, a polícia chegou a prender 12 suspeitos de participarem de grupos neonazistas e a apreender material de cunho racista. Em dezembro de 2007, duas mulheres foram esfaqueadas em uma briga entre grupos neonazistas e punks próximo ao Teatro Guaíra. Em outra briga de skinheads neonazistas e punks na Rua Presidente Faria, em fevereiro do ano passado, um rapaz foi esfaqueado.

Skinheads neonazistas atacam novamente em Curitiba e matam rapaz de 18 anos

No final da tarde do último domingo, dia 5, o jovem Lucas Augusto de Carvalho, de 18 anos, foi esfaqueado após ser perseguido por um grupo de skinheads (neonazistas) próximo ao Shopping Muller, no Centro Cívico, em Curitiba. Ponto de encontro de jovens de diversas tribos, a vítima e mais três amigos, entre eles um primo, que são roqueiros, foram ao shopping quando foram perseguidos na saída pelos neonazistas. Segundo o delegado Vinícius José Borges Martins, da delegacia de roubos e furtos, um dos perseguidores estaria usando uma jaqueta preta com o emblema da suástica nazista e o grupo seria composto por homens carecas e vestidos de preto.


Após uma perseguição por diversas quadras, o grupo de rapazes se dispersou próximo ao Cemitério Municipal e Carvalho foi atacado pela gangue nazista que tinha em torno de 10 integrantes, já no bairro São Francisco. Ferido, o rapaz que morava em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi encaminhado ao Hospital Evangélico onde veio a óbito. Outro rapaz também foi ferido com uma facada durante o incidente.


A polícia já investiga o assassinato e conta com o depoimento de diversas testemunhas e espera identificar os assassinos pelo sistema de vigilância do shopping. O crime deverá ser encaminhado para a Delegacia de Homicídios ou mesmo para o batalhão de Operações Especiais da Polícia Civil, o COPE. Em razão da falta da carteira da vítima, foi aberto o inquérito de roubo, embora a polícia entenda que a motivação do crime possa ser outra, uma vez que não é comum os skinheads praticarem latrocínio.


Histórico
Em Curitiba há comprovadamente a presença de grupos de neonazistas que estão articulados com células de outros estados e países. Nos últimos anos, não foram poucos os casos de violência praticados por estes grupos contra homossexuais e negros na capital paranaense. Porém, a maior parte das vítimas não denuncia a ação dos delinqüentes, formados por jovens de classe média, o que ajuda a aumentar a impunidade.


Este ano, os skinheads foram suspeitos de assassinar um indigente no Centro da cidade. Em março de 2009, um estudante da UFPR foi perseguido e espancado por skinheads. Cerca de um mês depois, um casal de skinheads foi morto quando tentava abandonar o grupo após uma festa em celebração dos 120 anos do nascimento de Adolf Hitler na região metropolitana de Curitiba. Em 1996, Carlos Adilson Siqueira, 23, foi morto no Largo da Ordem por skinheads. Em 2005, o COPE prendeu 11 pessoas acusadas de ligação na tentativa de assassinato de um rapaz gay e mulato próximo a Rua 24h. Na ocasião, um dos envolvidos era sobrinho de um desembargador e uma das meninas era filha de coronel do Exército. Todos estão hoje em liberdade. Em 2008, um militar e outro rapaz foram presos pelo assassinato de um punk próximo ao Círculo Militar. Os dois seriam neonazistas.


MAIS:

Ódio branco à curitibana

Em sua edição de maio, a versão impressa do Comunicação publicou uma entrevista com Ricardo Ampudia, jornalista que lançou em março último o livro-reportagem Odiados e Orgulhosos – Um mapa da ação e organização dos grupos skinheads no estado do Paraná. Na obra, ele relata o resultado de pesquisas realizadas de abril a outubro de 2006, descreve crimes cometidos por neonazistas em Curitiba, explica ideologias e mostra como esses grupos se articulam numa rede empenhada em propagar as idéias hitlerianas no Sul do país. Em detalhes, o livro aborda a prisão, em outubro de 2005, de um grupo de 11 pessoas acusado de esfaquear um homossexual e de promover panfletagem racista. Segundo Ampudia, pelo menos mais duas organizações semelhantes ainda estão na ativa na capital paranaense.

Fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o livro pode ser adquirido por R$ 12 pelo linkwww.geocities.com/odiadoseorgulhosos. No mesmo endereço odownload da obra pode ser feito gratuitamente.

Abaixo, você confere a íntegra da entrevista concedida por Ampudia:

Comunicação: Qual é a relação entre a cultura skinhead e o neonazismo? Todo skinhead é neonazista?

Ricardo Ampudia: Não, o skinhead é uma cultura surgida na Inglaterra em 1969. Deriva de três outras culturas: o Mod, que eram os caras de terninhos e lambretas que gostavam de rock’n roll e brigas de bares; os Rudeboys, que eram filhos de operários jamaicanos que ouviam ska e reggae e os Hooligans, torcedores fanáticos de futebol. De cada um o skin emprestou alguma coisa, seja no visual, na música ou no sentimento.

O contato com o neonazismo começou quando o National Front, um partido de extrema direita inglês, começou a alistar essa galera revoltada e briguenta nas ruas e dizer que o problema da Inglaterra eram os imigrantes não-brancos.

Comunicação: Qual é a ideologia desses grupos? Em que ela se apóia?

Ampudia: Depende do grupo. Existem pelo menos quatro vertentes do skinhead: SHARPs (SkinHeads Against Racial Prejudice),skinhead contra o racismo; RASHs que são skins anarquistas e comunistas; Trads que são os ‘tradicionais’, adeptos do skinheadautêntico de 69, de música jamaicana e bailes de dança; e White Powers, neonazistas (poder branco).

Comunicação: Que tipo de ações os neonazistas desenvolvem?

Ampudia: Panfletagens, shows de rock racistas e promoção de bandas racistas, além de encontros para beber e sair perseguir/atacar pessoas.

Comunicação: O neonazismo é realmente articulado em Curitiba? Como funciona essa “rede” aqui no Sul? O que existe aqui é a ideologia hitleriana pura ou alguma mutação do nazismo da década de 30?

Ampudia: Sim, Curitiba é o foco, no Paraná, de uma rede articulada no Sul do país, conhecida como WSS (White Sul Skinheads), com seções em Curitiba, Blumenau, Porto Alegre e Caxias do Sul. O grupo ligado a essa rede foi preso em 2005 e está sendo julgado em liberdade. Pelo mapeamento que fiz existem dois outros grupos neonazi na cidade: um ligado ao Blackmetal e outroskinhead, formado por garotos mais novos, sem muito prestígio e respeito no meio skin.

Comunicação: O culto do curitibano a suas possíveis origens étnicas européias facilita a propagação do racismo na capital paranaense?

Ampudia: Sim, e muito. Mas a questão não é ressaltar que Curitiba tenha progredido através do suor europeu, mas sim dizer que Curitiba cresceu com o esforço só dos brancos. A cultura negra é totalmente abolida da história do estado/capital. Além disso, é disseminada a noção de que Curitiba começou a ficar violenta com a vinda de pessoas do Norte e de São Paulo. Enfim, com a migração.

Comunicação: Os grupos neonazistas de Curitiba cultivam a idéia do Sulismo [ideologia que prega a separação da região Sul do resto do país, formando uma nação independente]?

Ampudia: Não exatamente. Os neonazistas aceitam pessoas de outras cidades, estados e até nacionalidades, desde que estes cultivem a idéia da supremacia da raça branca.

Comunicação: Mas o Sulismo cru já não é por si só racista?

Ampudia: Não acredito nisso. Creio que o Sulismo seja uma idéia política de que o Sul daria mais certo econômica, política e socialmente como um Estado independente do país. Não existe uma conotação racial nos discursos dos grupos políticos que atuam por aqui. Mas esse discurso tem sido deturpado diante dessa idéia de fobia aos imigrantes ou ao Norte.

Comunicação: Pode haver relação entre os altos índices de agressões e assassinatos de homossexuais no Paraná e a ação dosskinheads? [Matéria publicada no último dia 02 de abril no site do jornal Gazeta do Povo, o Paraná é recordista em crimes contra homossexuais na região Sul e o Brasil campeão mundial em assassinatos dessa natureza].

Ampudia: Com certeza. Muitos crimes que acontecem nas ruas da capital ou de outras cidades do Paraná contra as minorias, cometidos pelos skins, não são denunciados, nem aparecem na mídia, por medo das próprias vítimas e até um descaso das autoridades com estas minorias. Por muito tempo estes grupos agiram, e continuam agindo, impunemente pelas ruas das cidades paranaenses graças a um despreparo da polícia em reconhecer a ideologia, ação e organização destes grupos.

Comunicação: No livro você diz que as prisões de elementos de grupos neonazistas em Curitiba, no fim de 2005, só foram realizadas porque os casos de agressão e tentativa de homicídio tomaram corpo na mídia. Você também dá a entender que boa parte dos neonazistas curitibanos vem de famílias ricas. Isso tornaria mais difícil enquadrá-los? Esse movimento tem respaldo em altos escalões da sociedade?

Ampudia: Creio que a dificuldade vem mais do descaso com as minorias. Quando a mídia aparece denunciando e cobrando as autoridades, elas se vêem obrigadas a dar uma explicação à sociedade, em qualquer tema/acontecimento é assim.

Comunicação: Como esses grupos financiam as suas ações?

Ampudia: Existem indícios de que os membros do WSS sejam financiados, pelo menos intelectualmente, pela editora Revisão, que publica livros anti-semitas em Porto Alegre. As panfletagens, adesivos e shows de rock são financiados com investimentos próprios.

Comunicação: Você relata no livro que enquanto fazia as pesquisas de campo teve que tratar com fontes que não queriam dar informações sobre sua identidade antes dos encontros. Como foi lidar com isso? Mesmo as pessoas que não seriam alvos em potenciais do neonazismo sentem medo dos membros desse grupo?

Ampudia: O medo das fontes era constante e posso dizer que o meu também. O problema é bem maior do que todo mundo imagina. Tentei preservar minhas fontes ao máximo. Foram elas que tornaram meu trabalho possível. Tentei também não questionar as ideologias com as quais tinha contato, mas dar voz aos atores para que se expressassem e as explicassem, como manda o manual do bom jornalismo.

Comunicação: Na sua opinião, qual seria a solução para acabar com a propagação de idéias racistas e a intolerância contra negros e homossexuais, que em casos extremos acaba resultando em atos de violência?

Ampudia: Educação. Existe um preconceito mascarado em toda a sociedade. Vai desde os programas de TV, retratando homossexuais como figuras cômicas ou obscenas, até piadinhas e estereótipos tratando os nordestinos como preguiçosos. Isso é um aspecto cultural de um país extremamente racista como o nosso. Precisamos rever nossos conceitos e valores, que são reproduzidos nas escolas, na mídia e na educação de pai para filho. A tolerância e a diversidade têm de ser ensinadas, mas antes disso, precisa ser aprendida. As coisas continuam como estão porque nossos pais e educadores não têm essa cultura, nossos governos não têm essa cultura, e ficam mascarando um problema que ninguém quer resolver.

Comunicação: Em pleno início do século XXI, o nazismo ainda tem força para amedrontar a sociedade?

Ampudia: Depois que o nazismo deflagrou aquela crise humanitária na Alemanha, ele foi relegado ao ostracismo e à ilegalidade. Mas a crise política e social que quase todo país enfrenta hoje, aliada às falências do socialismo e da democracia, traz os discursos reacionários extremos de volta aos palanques. Acho que é algo a se prestar atenção, antes que saia do controle.



0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles