quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O desemprego é velho, o desempregado é jovem

Quem quiser saber porque a revolta do “Occupy Wall Street” se espalha no mundo, basta olhar o gráfico publicado pela The Economist (e adaptado por nós, com os dados brasileiros) para entender que é a falta de perspectivas – ou talvez, as perspectivas piores que as realidades presentes – que está empurrando para as ruas os “indignados”, agora com um foco fixado naquele que reputam o responsável por sua situação: o domínio absoluto do setor financeiro sobre a economia de seus países e a do mundo.

Mesmo aqui, onde a situação está melhor do que antes, a taxa de desemprego entre os jovens é o dobro da média geral da sociedade.

Mas é o fio da navalha, porque cada mês em que não geramos algo acima de 150 mil empregos é, potencialmente, um mês onde há mais jovens desempregados, pois eles são metade dos que não conseguem emprego, embora sejam muito menos, proporcionalmente, na massa trabalhadora.

No início do ano, uma pesquisa do Ipea revelou que, ao contrário do que muita gente diz, não é a falta de qualificação único grande impedimento à entrada do jovem no mercado de trabalho, mas os baixos salários oferecidos e outros fatores impeditivos, sobretudo entre as mulheres, como cuidar da casa, de crianças ou de idosos.

Não dá para achar que por termos chegado a uma taxa de desemprego “civilizada” – por volta de 6% – é possível deixar que a economia desacelere e se amplie o contingente de desempregados com a entrada de mais jovens no mercado de trabalho.

Uma juventude perdida é também perder sonhos, crenças, humanidade. Tornar um jovem amargo, recalcado, angustiado é tirar um pouco da felicidade da vida da sociedade. (Fernando Brito)

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