segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mensalidades escolares para 2012 sobem acima da inflação

Escolas particulares de Curitiba já informaram aos pais os reajustes das mensalidades do ano que vem e, em vários colégios da capital, o índice supera a inflação do período. Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses na Grande Curitiba é de 8,3%, algumas escolas reajustaram as mensalidades de 2012 em até 10,6%. Apesar de parecer difícil escapar destes aumentos, especialistas dão dicas para tentar barganhar um desconto (veja mais nesta página).

A Gazeta do Povo ouviu pais e escolas para saber o valor dos reajustes e conseguiu o índice de dez instituições – quase metade dos aumentos foi informada pelas famílias e não confirmada pelos colégios (veja no quadro). A média de reajuste das escolas é de 9,1%, 0,8 pontos porcentuais acima da inflação oficial na capital.

O maior aumento foi verificado no Colégio Medianeira, onde a mensalidade será reajustada em 10,6% no ano que vem. Já o menor reajuste foi encontrado no Colégio Erasto Gaertner, onde o valor pago por mês para um aluno no 7.º ano, segundo uma mãe, vai passar de R$ 511 para R$ 544 – aumento de 6,45%, abaixo da inflação.

De acordo com o diretor financeiro e administrativo do Colégio Medianeira, Gilberto Vizini Vieira, o reajuste contempla a planilha de custos da escola com a folha de pagamento e investimentos. “Além disso, vemos o que está sendo cobrado no mercado; não adianta um reajuste ser muito alto, porque prejudica a escola”, explica Vieira. O Colégio Erasto Gaertner não retornou a ligação.

As justificativas informadas à reportagem para os aumentos das escolas são os custos dos serviços educacionais e o investimento na infraestrutura das unidades. A filha da arquiteta Luciana Sans de Menezes, Laura, vai para o 5.º ano do Colégio Sion. Hoje, para o 4.º ano, ela paga por mês R$ 708,30, e passará a pagar em 2012 R$ 775,58 – aumento de 9,5%. “Eu acho que o reajuste está de acordo com que o que verificamos. Eu gosto do corpo técnico da escola e percebo melhorias constantes no colégio. O índice está dentro do que estamos acompanhando”, avalia Luciana.

“Tiro no pé”

Entretanto, para o economista do Dieese-PR Sandro Silva, como o reajuste é anunciado ao mesmo tempo pelas escolas, a concorrência fica prejudicada. “Além disso, investimento não pode ser justificativa para o aumento, tendo em vista que este é um risco do capital. Esses reajustes só são aceitos porque ainda há alta na renda dos trabalhadores, mas, caso a economia do país cresça menos, é possível que muitos pais tenham de tirar os filhos das escolas. Pode ser um tiro no pé”, analisa Silva.

O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Pereira, explica que não há uma recomendação única sobre o reajuste das escolas. “O Sinepe não interfere; cada escola tem sua política de reajuste e sabe o que o aumento representa. Nós não temos levantamento de quanto cada escola deve repassar”, salienta Pereira.

A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, explica que a lei que trata do assunto não limita os reajustes, mas observa que as correções precisam ser divulgadas com antecedência mínima de 45 dias. “O aumento precisa ser justificado e as escolas devem fornecer explicações. Caso contrário, os pais podem buscar os órgãos de defesa do consumidor”, ressalta. (GP)

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