Depois de mais de dois meses sem comparecer em tão ilustre "campo de batalha", no sábado fui dar uma volta pela Boca Maldita, que é um trecho do calçadão da Rua XV de Novembro no centro de Curitiba, onde se reúne o pessoal mais ligado à política, comerciantes, turistas e demais exemplares da fauna curitibana e visitantes. Foi um passeio gostoso, pois em vez de ir até lá e me envolver nas discussões políticas fiquei vendo os quadros expostos no calçadão pelos pintores, vendo a agitação provocada pelos empresários contra os altos impostos e demais manifestações que todo sábado lá ocorrem, e até um grupo grande de uma academia de ginástica que resolveu correr pelo centro da cidade, como um grupo numeroso e animado de maracatu se apresentando, coisa de metrópole onde de tudo o ocorre, mesmo que alguns xenófobos, uma pequena minoria em uma cidade que aos poucos vai se amorenando, tente berrar para as paredes que “O Sul é o meu país”.
Perto da onze horas resolvi ir tomar um café e cai no meio dos que se consideram o centro da movimentação política em Curitiba, no Paraná e no mundo. Na pequena calçada encontrei tudo quanto é tipo de espécies da fauna política local. Cada um deles representando um discurso político diferente e o que unifica estes discursos não são os conteúdos, pois ali naquele espaço democrático se reúne desde a esquerda até a extrema direita. A unidade das falações se dá na formatação, pois todas as tendências, com as suas bolas de cristal, tentam nelas expressar o sucesso que será a caminhada política dos futuros candidatos que a eles dizem representar. Agora se realmente representam é outro papo, pois após as campanhas aqueles que tanto elogiavam os seus líderes, ao ficarem fora das estruturas de poder começam a falar mal dos mesmos como se estes por toda a vida tivessem sido “os piores inimigos”.
Além das previsões das vitórias, que pelo menos para a metade destes acabam falhando, já que o processo eleitoral na reta final sempre se afunila sempre entre dois candidatos, para os desafetos estes oráculos profetizam o inferno, onde o de Dante vira uma colônia de férias.
Na Boca em cada roda de conversas os boatos são diferentes, mas tão diferentes e divergentes que se um incauto que não é do meio der ouvidos e botar fé em cada um deles poderá sair de lá mais confuso do que chegou, ou mesmo louco.
Entre os temas polemizados o centro dos debates são o futebol, os escândalos e as eleições municipais. Apesar da eleição em Curitiba estar tão distante de acontecer o clima na Boca faz parecer que ela será amanhã, embora a mesma ainda esteja tão afastada da realidade cotidiana dos meros mortais eleitores, na Boca os eleitos já foram empossados.
1 comentários :
É por estas e outras que eu, quando (raramente) ainda chego lá num sábado de manhã, é normalmente para alguma compra e...prefiro olhar os quadros e ouvir o bom Maracatu.... rs
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