terça-feira, 26 de julho de 2011

DNTI: Chefe do órgão no Paraná corre risco de demissão

Zeca Dirceu e Luiz Antonio Pagot


Paulo. Bernardo,

José da Silva Tiago e Zeca Dirceu


Apadrinhado de Luiz Antônio Pagot, o superintendente do Dnit no Paraná, José da Silva Tiago, tem grandes chances de ser demitido assim que o Palácio do Planalto concluir a reorganização do comando do Ministério dos Transportes. Em Brasília, a superintendência paranaense é considerada uma das que apresentam as denúncias mais graves – entre elas, nas obras do Contorno Norte de Maringá e da Estrada da Boiadeira.

Pelo menos 15 das 23 superintendências regionais do Dnit devem mudar de comando devido a problemas. As motivações para a troca são a existência de irregularidades graves em obras ou a ligação com suspeitos de envolvimento em ilicitudes no Ministério dos Transportes.

José da Silva Tiago se enquadraria nos dois casos. Ex-chefe do extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER) em Mato Grosso até 2002, ele tem ligações estreitas com Pagot desde quando trabalhava no Centro-Oeste. Além disso, pelo menos duas obras tocadas pelo Dnit no Paraná apresentam irregularidades. Uma delas é a construção do Contorno Norte de Maringá, que deve custar mais de R$ 300 milhões. Um dos trechos da obra, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou sobrepreço de R$ 10,5 milhões.

A outra é a pavimentação da BR-487 – a Estrada Boiadeira, no Noroeste do estado –, que está paralisada pelo TCU por suspeitas de fraude na licitação e por alterações indevidas nos contratos. Dos 170 quilômetros da estrada, apenas 30 foram concluídos até agora.

Por meio de nota, o Dnit no Paraná informou que Tiago está de férias e retornará ao trabalho no início de agosto. “[Ele] deverá continuar trabalhando normalmente, aguardando as instruções do Dnit em Brasília e do Mi­­nistério dos Transportes”, diz o documento.

Em relação às irregularidades em obras no estado apontadas pelo TCU, o Dnit informou que está cumprindo todas as determinações feitas pelo tribunal e que não há nenhuma decisão que aponte para desvio de dinheiro público. “Embora nos relatórios preliminares de fiscalização do TCU constem achados de auditoria classificados como sobrepreço, não existe em nenhum acórdão referente a esse empreendimento [Contorno de Maringá] qualquer decisão referente a superfaturamento ou estorno de valores indevidamente recebidos.”

Limpa geral

Além do Paraná, são consideradas superintendências problemáticas pelo Planalto as de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – todas alvo de investigações. Os “ajustes” nos escritórios regionais do órgão foram confirmados pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que ressaltou que isso só será tratado num segundo momento. Informações de bastidores, porém, dão conta de que o governo tenta convencer os superintendentes do Dnit a colocarem o cargo à disposição, para evitar maiores desgastes. (GP)





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