segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vargas Llosa: Peru 'derrotou fascismo' e 'salvou a democracia'

Vargas Llosa: Peru 'derrotou fascismo' e 'salvou a democracia'


"Foi uma derrota do fascismo que salvou a democracia", disse o escritor

O escritor peruano Mario Vargas Llosa afirmou neste domingo que seu país "salvou a democracia" com triunfo na eleição presidencial do candidato nacionalista Ollanta Humala sobre a congressista Keiko Fujimori, segundo as pesquisas provisórias.

"Foi uma derrota do fascismo que salvou a democracia, os peruanos atuaram com responsabilidade, fizeram uma adesão ao sistema de liberdade e de legalidade que queríamos defender, e acho que devemos comemorá-la como uma grande vitória da democracia no Peru", disse o escritor em declarações da Espanha à rádio emissora Cadena Peruana de Notícias.

Humala parece ser o vencedor das eleições presidenciais peruanas, ao ter obtido mais de 5 pontos de vantagem sobre a rival Keiko Fujimori, segundo as primeiros pesquisas de boca de urna realizadas por três empresas pesquisadoras. O prêmio Nobel de Literatura de 2010, que apoiou a candidatura de Humala, considerou que agora "é muito importante que o futuro presidente do Peru dê todos os sinais necessários para reconciliar a família peruana".

Para Vargas Llosa o triunfo de Humala se baseou em seu distanciamento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, com o qual se vinculou em 2006, mas do que tomou distância durante esta campanha eleitoral. "Ollanta Humala tem que entender que esta vitória foi graças às classes médias, que acreditaram nele", concluiu. O escritor também disse que a derrota de Keiko Fujimori livrou o Peru "de uma ditadura que foi terrivelmente corrompida e sangrenta". (Reuters)


Resultados oficiais apontam vitória eleitoral de Humala no Peru


O candidato nacionalista Ollanta Humala venceu o segundo turno das eleições presidenciais realizadas neste domingo no Peru, de acordo com os primeiros dados oficiais informados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE).

A chefe da ONPE, Magdalena Chú, comunicou os resultados neste domingo, seis horas após o fechamento dos colégios eleitorais, com 75% das urnas apuradas, constatando 50,087% dos votos a Humala contra 49,913% de Keiko Fujimori.

Magdalena Chú deixou claro que ainda faltavam chegar os números relativos às zonas rurais mais afastadas, onde se considera que Ollanta Humala tem um apoio muito mais sólido que sua rival.

O departamento de Lima, que concentra cerca de um quarto dos eleitores do país e que já teve todas as urnas contabilizadas, distorce o panorama dos resultados, pois nele, Keiko obteve até agora 57% dos votos, contra 42% de Humala.

Isso significa que a estreitíssima margem de diferença registrada até agora deve aumentar conforme a apuração das urnas nas zonas rurais.

Keiko Fujimori já praticamente reconheceu a derrota eleitora, ao deixar o hotel onde acompanhava a apuração. Já os simpatizantes de Humala se concentram em uma praça no centro de Lima à espera do virtual vencedor para festejar os resultados.

Pouco antes de abandonar o Hotel Bolívar, com semblante sério, Keiko saiu à sacada para cumprimentar seus simpatizantes, aos quais disse: "Se forem confirmados (os números das pesquisas, que indicam vitória de seu rival, Ollanta Humala), serei a primeira a reconhecer os resultados, como disse desde o início".

Ao verem a candidata, os simpatizantes não pareciam se contentar com a derrota e começaram a gritar "sim, se pode", mas Keiko praticamente reconheceu sua derrota ao dizer-lhes que o fato de ter conseguido quase a metade dos votos e a confiança popular representava, para ela, motivo de "grande alegria e satisfação".

Já os seguidores de Humala, desde o início da tarde, começaram a se concentrar na praça Dos de Mayo, lugar habitual de reunião da esquerda peruana, e horas depois já lotavam a praça, onde começaram a festejar com canções e danças.

O atraso no anúncio dos resultados oficiais fez também com que Ollanta Humala continuasse à espera da confirmação, acompanhando tudo em um luxuoso hotel sem pronunciar uma palavra, embora começasse a receber mensagens de felicitações, algumas tão significativas como a enviada pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Segundo um comunicado da coalizão Gana Peru, liderada por Humala, Piñera ligou ao candidato nacionalista para parabenizá-lo pelos resultados, e o presidenciável nacionalista "agradeceu o gesto e fez votos para que as relações entre os Governos se fortaleçam em prol de ambos os países".

Faltando um discurso do próprio Humala, vários dos integrantes de sua equipe de Governo se multiplicaram em declarações para transmitir mensagens de tranquilidade aos mercados, diante dos temores de que, nesta segunda-feira, a Bolsa de Lima sofra uma forte queda e que a eleição de Humala assuste os investidores.

"Imagino que um dos primeiros anúncios que (Humala) fará são os nomes do chefe de Gabinete e o ministro da Economia. Isso é uma prática comum e o país o exige, a economia o exige, os mercados internacionais o exigem, e a Gana Peru responderá à altura das circunstâncias", disse o porta-voz da coalizão, Daniel Abugattás.

O chefe do plano econômico da Gana Peru, Félix Jiménez, destacou que o futuro Governo de Ollanta Humala respeitará todos os contratos e afirmou que as reformas que o país requer serão realizadas sempre respeitando os preceitos constitucionais.

Ele insistiu na vontade do líder de unir o povo. "Essa é a vocação de Ollanta Humala. Ele fará um Governo para todos os peruanos, sem exclusão social, um Governo inclusivo", ressaltou.

O virtual segundo vice-presidente, Omar Chehade, pediu ao atual presidente da República, Alan García, às autoridades do Ministério da Economia e ao Banco Central que deem sinais de confiança para que não haja instabilidade econômica ou política nas próximas horas. (Uol)

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