sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mulher que sequestrou bebê confessa que matou mãe adolescente, diz polícia


A Polícia Civil afirmou, em entrevista coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (31), que Eva Cássia Ferrarezi Zeglan, de 40 anos, confessou que assassinou a adolescente Paloma Agostinho, de 16 anos, encontrada morta no fim de semana, em São José dos Pinhais, na região metropolitana. Em depoimento, Eva disse que decidiu cometer o crime porque a jovem teria desistido de vender o filho à acusada. A mulher havia sido presa no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Terezinha de Itaipu, por volta do meio-dia da quarta-feira (30).

“Segundo a acusada, a adolescente havia negociado a venda da criança, mas se arrependeu e quis desfazer o negócio”, disse o delegado Hamilton da Paz, chefe da Divisão Metropolitana. “Eva usou um pano para enforcar a vítima”, complementou.


Paloma desapareceu na quinta-feira (24), em Guaratuba, no Litoral, depois de ter levado o filho – que tem menos de um mês de vida – a um posto de saúde, para fazer o exame do pézinho. Segundo a polícia, Eva convenceu a jovem a acompanhá-la a São José dos Pinhais, onde a adolescente receberia R$ 1,5 mil para lhe entregar a criança. Eles viajaram em um Pálio, que pertence à mulher, onde Paloma e o Filho permaneceram até o início da manhã de sábado, quando a adolescente foi assassinada e teve o corpo abandonado em uma estrada de terra, no bairro Rio Pequeno.

“Após discutirem porque Paloma desistiu de entregar o filho, as duas entraram em luta corporal. Depois de matar a menina, Eva rodou com o corpo da adolescente dentro do carro por um tempo, até abandonar o cadáver”, contou o delegado Gil Rocha Tesseroli. “A acusada morou por um tempo em São José dos Pinhais, próximo ao local onde o corpo foi encontrado”, acrescentou.

De acordo com a polícia, Eva havia alugado uma casa em Guaratuba, próximo a residência da avó de Paloma, onde conheceu a jovem. A acusada teria chegado a acompanhar a gestação da adolescente.

Fuga

Após cometer o crime, Eva teria retornado com o bebê de Paloma a Guaratuba para pegar seus supostos dois filhos (uma jovem de 19 anos e um de 15 anos) e de uma menina de cinco anos, que pretendia adotar. A bordo do Pálio, o grupo partiu em direção ao Oeste do estado. Segundo a polícia, Eva passou em Guaraniaçu, onde teria abandonado pessoalmente o filho de Paloma, na terça-feira (29), na Igreja Nossa Senhora de Fátima. Junto ao corpo da criança, ela deixou um bilhete, na tentativa de despistar a polícia.

Eva foi presa na quarta-feira, no posto da PRF. No carro, foram encontrados oito peças de roupas de criança, fraldas, lenços umedecidos, leite em pó para recém-nascidos, cobertores e a certidão de nascimento do filho de Paloma. “Durante a abordagem, ela disse que visitaria uma amiga em Foz do Iguaçu, mas não tinha nem o telefone nem o endereço desta pessoa. Acreditamos que Eva procurava fugir do flagrante”, apontou o delegado Lúcio Lugli.

Evidências

Para o delegado Hamilton da Paz, a troca de informações constante entre as polícias de São José dos Pinhais, Guaratuba e Foz do Iguaçu foi determinante para que o caso fosse solucionado. Segundo a polícia, os depoimentos de um pai-de-santo e de uma atendente de um centro de umbanda de Guaratuba foram fundamentais.

Antes de tentar fugir para o Oeste do estado, Eva teria levado o bebê de Paloma para receber uma bênção no centro de umbanda. A atendente e o pai-de-santo, no entanto, suspeitaram quando viram esparadrapos nos pés da criança. “Eles conversaram com Eva, que teria confessado a eles que teria feito uma ‘grande besteira’, e que essa ‘besteira’ envolvia morte”, disse Tesseroli. Após isso, o pai-de-santo denunciou o fato à polícia.

Dentre as testemunhas ouvidas nas investigações está o pai do bebê, pedreiro Jefferson de Góes, 33 anos. Por enquanto, não há evidências de que ele tivesse ciência da suposta “venda” do filho a Eva. A polícia também afirma que não há elementos que indiquem que Paloma fosse usuária de drogas, como o bilhete escrito por Eva chegou a supor.

Segundo Lugli, Eva será indiciada por sequestro seguido de morte. Presa temporariamente por 30 dias, a mulher foi apresentada à imprensa durante a entrevista coletiva, mas não quis se pronunciar. O futuro do bebê, dos jovens e da criança que estavam com Eva serão decididos pela Justiça.

Crime

O corpo da vítima foi encontrado caído às margens de uma estrada rural, no bairro Rio Pequeno, no sábado (26). O corpo estava em um matagal na Rua Estefano Woicikieviz, próximo da represa de captação Rio Pequeno, da Sanepar. O local é uma área do turismo rural conhecido como Colônia Mergulhão.

Familiares da adolescente estiveram no IML, em Curitiba, na terça-feira (29) para liberar o corpo da jovem. O pai, o tio e o companheiro da vítima também prestaram depoimento, em São José dos Pinhais, na terça-feira. O velório e o enterro da jovem ocorreram na quarta-feira (30), em Guaratuba.(GP)

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