segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Prefeituras estariam envolvidas em esquema de corrupção policial no RJ


O corregedor interno da Polícia Civil, Gilson Emiliano Soares, afirmou na manhã desta segunda-feira que o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, recebeu denúncias de que policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) participaram de procedimentos ilícitos não só com empresários, mas também com prefeituras. Os agentes teriam arquivado alguns inquéritos, e, em troca, receberam alguma vantagem econômica. A delegacia teve as portas lacradas, no fim da tarde de domingo, e está sendo alvo de uma devassa. Foi na unidade que começou parte da investigação que resultou na Operação Guilhotina , na qual o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira - ex-braço direito de Turnowski - foi preso.

O corregedor não citou quais prefeituras estariam envolvidas no esquema. De acordo com o corregedor, os órgãos municipais eram abordados pela violação da lei de licitação.

- Essas prefeituras estariam sendo pressionadas de forma dissimulada a fazer isso ou aquilo - disse o corregedor.

O corregedor informou ainda que nesta segunda-feira serão apreendidos computadores, pen drives e registros de ocorrências da delegacia.

O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, afirmou, também na manhã desta segunda-feira, que toda a ação da corregedoria na Draco foi autorizada pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Turnowski ressaltou que vai se pronunciar a tarde explicando toda a ação da corregedoria e o fechamento da Draco.

No domingo, Turnowski justificou a iniciativa dizendo que há denúncias graves de corrupção por parte de empresários contra o diretor da especializada e seu chefe de investigações, Jorge Gherard.

O chefe da Draco, Claudio Ferraz, também já chegou ao local. Ele disse apenas que as denúncias não foram uma surpresa e que ele já tinha informações sobre elas há alguns meses através da imprensa. Na quinta-feira, Ferraz foi nomeado pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, subsecretário da Contra Inteligência. Na mesma ocasião, Beltrame determinou que a Draco voltasse a ficar sob o comando direto da Secretaria de Segurança, saindo assim da estrutura hierárquica da Polícia Civil. O GLOBO tentou ouvir Beltrame sobre a iniciativa de Turnowski, mas, segundo a assessoria de imprensa, o secretário só falará nesta segunda-feira a respeito do caso. Beltrame, segundo sua assessoria, iria a Brasília, mas mudou a agenda para acompanhar o desfecho do episódio. Ainda de acordo com a assessoria, ele preferiu não responder se a iniciativa de Turnowski seria uma represália à equipe da Draco.

A atitude de Turnowski agrava ainda mais a crise na Polícia Civil. Na semana passada, o ex-subchefe da instituição, o delegado Carlos Antonio Luiz Oliveira, foi preso na Operação Guilhotina da Polícia Federal. Ele e mais 37 pessoas, incluindo 29 policiais são suspeitos de vários crimes, entre eles desviar armas apreendidas em operações e vendê-las a traficantes. O delegado Carlos Oliveira também é apontado como chefe da milícia que atuava na favela Roquete Pinto, em Ramos.(O Globo)

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles