sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma pergunta: Qual foi o destino dado as madeiras de corte ilegal (mogno) apreendidas no Porto de Paranaguá?


O Ibama apreendeu no Porto de Paranaguá (PR), um container com mais de 45 mil metros quadrados de mogno ilegal laminado, suficiente para pavimentar com essa espécie valiosa uma área correspondente a 6,5 campos de futebol. O mogno estava a bordo do navio “CVAS New York” e foi embarcado em Norfolk, na Virgínia, em 12 de junho, de volta ao Brasil, por ordem do governo norte-americano. A empresa destinatária – Laminort, de Curitiba, - que havia exportado a madeira para os Estados Unidos, foi multada em R$ 16.092,00 por venda e exportação sem autorização do Ibama. O mogno apreendido foi colocado sob guarda judicial da TCP – Terminal de Containeres de Paranaguá. O carregamento está avaliado em R$ 290.000,00.

Esta é a primeira vez em que um carregamento de mogno ilegal é devolvido ao Brasil.

Ativistas do Greenpeace estavam no Porto de Paranaguá acompanhando o trabalho do Ibama. Eles estenderam uma faixa com o desenho de uma árvore de mogno com o carimbo “Entrada recusada!” e a mensagem: “Mogno, bem-vindo ao lar. Gostou das férias nos EUA?”. “Estamos presenciando um momento histórico para todos aqueles que lutam em defesa da Amazônia e contra a exploração descontrolada e ilegal dos recursos naturais da região. Finalmente governos estão fazendo sua parte para conter o tráfico internacional de madeira predatória”, disse Nilo d’Ávila, do Greenpeace.

O carregamento de laminados de mogno, perfazendo um volume de 32,184 metros cúbicos, faz parte de um lote de 884 metros cúbicos exportados pela empresa paranaense Laminort em 2002, graças a liminares judiciais.O total exportado corresponde a cerca de 1,2 milhão de metros quadrados de finas lâminas, normalmente de 0,7 mílimetros de espessura, usadas para revestimento de painéis, móveis etc.

O produto havia chegado aos Estados Unidos no ano passado, e foi apreendido no porto a pedido das autoridades brasileiras. Desde então o importador americano – M. Bohlke Veneer – travou uma longa batalha judicial no justiça de Washington. Em abril desde ano, a Corte do Distrito de Colúmbia deu ganho de causa ao governo americano no processo movido pela M. Bohlke e outros seis importadores de mogno que tiveram seus carregamentos apreendidos entre fevereiro e julho de 2002. O Greenpeace e a ONG Defenders of Wildlife participaram da ação como “Amicus”, alegando que a madeira não poderia ser liberada.

Dados do Ibama mostram que a Laminort se abasteceu de mogno em pelo menos duas empresas que atuam na região da Terra do Meio (PA) envolvidas com exploração ilegal e ligadas à chamada “Máfia do Mogno”.



Tráfico de madeira possui métodos iguais ao do tráfico de drogas

AE

Investigações feitas pela Polícia Federal comprovaram que os grupos que atuam na comercialização ilegal de mogno na Amazônia, empregam os mesmos métodos utilizados pelo narcotráfico. Além disso, a movimentação financeira é superior ao tráfico de drogas em algumas regiões e o custo operacional, inferior ao do crime organizado.

“Não estamos tratando com pequenos infratores, mas com uma máfia”, afirma o coordenador da área de crimes ambientais da PF, delegado Jorge Barbosa Pontes.

O problema se agravou a partir da decisão de impedir o comércio de mogno, renovada há um mês pelo Ministério do Meio Ambiente, que organizou uma regulamentação de uma nova lei sobre o assunto. Ainda segundo o delegado, “eles usam laranjas, costumam também utilizar a violência, movimentam grandes fortunas e coagem os pequenos”.

Das serrarias de onde sai acobertada com notas frias, a madeira vai para os portos de Belém, Barcarena, Santarém e Vigia, no Pará, e Paranaguá, no Paraná. “Apesar de atuar como uma máfia, os grupos de traficantes não têm a mesma punição que os integrantes do narcotráfico. A lei para eles é branda, absolutamente ridícula”, afirma o delegado.

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