sábado, 25 de setembro de 2010

DESEMPREGO ENTRE JOVENS E POBRES É MAIS QUE O DOBRO DA TAXA MÉDIA DA POPULAÇÃO


Desemprego entre os que têm entre 18 e 24 anos e pobres é mais que o dobro da taxa média da população

Saiu a taxa de desemprego de agosto. A pesquisa do IBGE traz um bom número: caiu para 6,7%, abaixo do dado de julho (6,9%). É a menor taxa desde o início da série, em março de 2002. Mas é bom não perder de vista o cenário geral: essa taxa de desocupação é calculada em apenas seis capitais do Brasil.

Agora, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita uma vez por ano, visita o país inteiro. O último dado, de 2009, ano que pegou a crise, mostra um quadro preocupante, porque mesmo no melhor momento da economia brasileira, o atual, temos muita gente desempregada e sem carteira assinada. No ano passado, ainda tínhamos 8 milhões de brasileiros desocupados e taxa de informalidade de 41%.

Isso foi em 2009; em 2010, melhorou, mas não o suficiente. Há outros dados preocupantes: a taxa de desemprego entre os que têm entre 18 e 24 anos é o dobro da taxa média da população. Nas regiões metropolitanas chega a 24% entre jovens e entre pobres.

A queda da taxa de desocupação tem que ser comemorada, mas é bom lembrar que carregamos um estoque de problemas no mercado de trabalho brasileiro, que não tem o dinamismo necessário para incluir todos os que precisam de emprego.

A crise econômica mundial cobrou seu maior preço sobre a juventude e o desemprego entre pessoas de 15 a 24 anos atingiu sua marca recorde. Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, entre 2007 e 2009, 7,8 milhões de jovens foram demitidos e a entidade já fala de uma "geração perdida".

Metade desse número de novos desempregados foi registrado nos países ricos, epicentro da crise. Mas um milhão de jovens na América Latina também perderam seus empregos, o que faz a região a pior entre todas as economias em desenvolvimento. Já o Brasil seguiu uma tendência contrária. Em 2007, 22% dos jovens estavam desempregados. Em 2010, essa taxa é de 17%. Mas o número ainda é bem superior à média mundial e chega a ser mais elevada que a média de jovens desempregados na América Latina.

Pelos cálculos da OIT, 29 milhões de pessoas perderam seus empregos no mundo entre 2007 e 2009. Um a cada quatro, porém, eram jovens. No início de 2010, 80,7 milhões de jovens estavam sem trabalho, o maior número já registrado pela OIT. A taxa de desemprego nesse segmento passou de 11,9% para 13,2% em apenas dois anos e a tendência é de que continue a crescer em 2010.

Entre os jovens, são as mulheres que encontram mais dificuldades na hora de procurar emprego; em 2009, a taxa de desemprego entre elas foi de 13,2%, enquanto entre os homens foi de 12,9%.

Muitos cortes. "Nunca havíamos visto números assim em um espaço tão curto de tempo e tememos que os últimos anos tenham criado uma geração perdida de jovens que dificilmente conseguirão voltar ao mercado de trabalho em condições ideais", afirmou Steven Kapsos, um dos autores do levantamento.

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