sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Transporte

Beto Richa

A perda de competitividade da produção paranaense está fortemente associada aos gargalos de infraestrutura de transporte do Estado, setor cujos investimentos foram negligenciados nos últimos anos.
Meu plano de governo prevê a criação do Plano Estadual de Transporte e Logística, orientado pela ideia de retomar o planejamento estratégico do Paraná.

A implementação deste Plano será antecedida, porém, de uma conversa franca com as empresas concessionárias das estradas pedagiadas. Um dos primeiros atos de meu governo – se honrado for com o mandato de governador – será chamar as concessionárias para o diálogo a fim de renegociar as tarifas do pedágio.

Não quero transformar o tema em questão eleitoral, pois quanto mais longe ele for mantido da agenda política, mais perto estaremos de uma solução técnica que compatibilize o interesse dos produtores e usuários com estradas modernas e tarifas viáveis. Inclusive com o cumprimento das obras previstas nos contratos.

O que não é viável é um caminhão pagar R$ 513,60 de pedágio no frete entre Foz do Iguaçu e o porto de Paranaguá. É óbvio que uma parcela significativa dos lucros do produtor fica nos guichês das estações de pedágio.

Não creio em intransigência da parte das empresas. Acredito que elas têm interesse, tanto quanto o produtor, em manter um sistema sustentável a longo prazo. Hoje não é este o caso. O pior dos mundos seria o retorno à situação anterior, sem o regime de concessões e as rodovias federais largadas ao abandono – pois há muitos anos o governo federal abdicou de sua atribuição de conservar as estradas sob sua jurisdição. Neste caso o produtor seria ainda mais severamente castigado, com os prejuízos decorrentes de trafegar por rodovias em petição de miséria.

O novo modelo de concessão adotado pelo governo federal, sem pagamento da outorga, se viabilizou tarifas baixas, já levanta dúvidas quanto à sua eficácia. Basta viajar em direção a Santa Catarina pelas BRs 101 ou 116 para observar que as condições de reparo destas rodovias são precárias. Ao que parece, as tarifas fixadas são insuficientes para remunerar os investimentos nas obras de manutenção.
Mas o pedágio é só uma parte do problema.

A adequação e conservação das estradas rurais contribuirá para reduzir o custo-Paraná, além de trazer inúmeros outros benefícios à população, incluindo o transporte escolar – que hoje, em algumas regiões, os alunos ficam sem aula em dias de chuva – e o atendimento em casos de emergência na saúde.

A melhoria das estradas rurais está prevista em meu Plano Estadual de Transporte, que contempla também a criação de portos secos para serviços de aduana e vigilância sanitária, a ampliação da malha rodoviária principal, a eliminação dos pontos críticos rodoviários (onde é mais alto o índice de acidentes) e a extensão de um ramal ferroviário até Guaíra, conectando o litoral à Hidrovia Paraná-Tietê, além da dragagem e modernização dos Portos de Paranaguá e Antonina. Um capítulo especial é dedicado ao Plano Aeroviário Estadual, que prevê a criação de aeroportos regionais.

Muitas dessas demandas dependem de recursos federais, que podem ser viabilizados com competência técnica para fazer bons projetos, disposição para o diálogo e liderança para agregar os deputados e senadores do Paraná.

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