sexta-feira, 30 de julho de 2010

PAC da Segurança tem efeito nulo sobre homicídios e isto reflete sobre o Paraná

BRASIL:
FOLHA DE SÃO PAULO

Lançado em agosto de 2007 pelo presidente Lula com a meta de reduzir os índices de homicídio pela metade, o PAC da Segurança teve efeito quase nulo na contenção de mortes do tipo. Na maioria dos Estados (15) e no DF, o número de assassinatos aumentou, informa a reportagem de José Ernesto Credendio, publicada neste domingo na Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

O programa tinha como objetivo chegar a 12 homicídios por 100 mil habitantes em 2010. O número ainda está em 25 por 100 mil, mesmo índice de quando o PAC foi lançado, segundo estima o próprio governo. Para a Organização Mundial da Saúde, mais que 10 por 100 mil é violência epidêmica.

Prevê-se que, no período 2007-2012, sejam gastos R$ 6,1 bilhões com o programa, cuja face mais visível são as unidades pacificadoras que atuam em favelas do Rio.
Mais homicídios em 14 das 22 regiões do Paraná

Áreas de Ponta Grossa e Laranjeiras do Sul tiveram os maiores crescimentos. Em todo o estado, foi registrado um aumento de 20,4%


PARANÁ:

GAZETA DO POVO - Adriano Ribeiro

O crescimento no número de homicídios não é um problema enfrentado apenas por Curitiba, região metropolitana e litoral do Paraná. Os dados relativos ao pe­­ríodo entre janeiro e junho deste ano mostram que o índice cresceu em 14 das 22 áreas integradas do estado. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divide o Paraná em 22 re­­giões para contabilizar o número de homicídios. No primeiro semestre deste ano foram registradas 1.795 ocorrências, número 20,4% maior do que o contabilizado no mesmo período do ano passado. A média é de dez pessoas assassinadas por dia no estado.

Para o sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Lindomar Bonetti, a violência está ligada ao desenvolvimento econômico e social das cidades. “Essa dinâmica de movimento e desenvolvimento traz algumas consequências ruins, como o crescimento do conflito de interesses e a violência”, analisa. Na análise da socióloga Ana Luisa Sallas, falta controle por parte do Estado. “O narcotráfico está estabelecido e as drogas se difundiram para diversas regiões. É um problema de segurança e saúde pública em que há certo descontrole. Qualquer problema acaba resolvido por meio do crime, da violência”, opina.


Homicídios em Curitiba e região sobem 50% em 2010

Mapa do Crime, divulgado ontem, mostra aumento nos crimes de morte também na região metropolitana e em todo o estado. Furtos e roubos tiveram queda leve

Diego Ribeiro e Adriano Ribeiro

Os três primeiros meses de 2010, cresceram 53,8% em relação ao mesmo período de 2009, revelando um cenário alarmante de crescimento da violência na cidade e no estado. São 80 homicídios por mês na capital do Paraná. O Mapa do Crime, com as estatísticas sobre a criminalidade no primeiro trimestre do ano no estado, foi divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

“Isso significa uma epidemia de violência e uma incapacidade do poder público, incluindo polícia e Justiça, de fazer frente a essa realidade”, afirma Luis Flávio Sapori, coordenador do curso de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. O aumento não foi registrado apenas na capital. A região metropolitana de Curitiba e o Paraná tiveram um aumento de 48,4% e 30,34% respectivamente.

Para Sapori, o nível de conflitos de todos os tipos – incluindo passionais, brigas entre vizinhos e crimes com relação ao tráfico de drogas – deve estar aumentando. “O único lugar onde ocorre um au­­mento assim, com esta velocidade, é Salvador”, compara o especialista. De acordo com Sapori, se Curi­­tiba mantiver este ritmo, poderá se confirmar entre as três capitais mais violentas do Brasil. Na semana passada, a Gazeta do Povo in­­formou que o índice de homicídios por 100 mil habitantes em Curitiba já é maior que o de São Paulo e praticamente igual ao do Rio de Ja­­neiro.

Sapori acredita na necessidade de um real “choque de ordem” para frear a aceleração dos homicídios. Na opinião dele, a impunidade e a falta de solução de crimes dessa natureza estão entre os fatores que colaboram para o crescimento das mortes. O professor sugere ações em bloco, com au­­mento de investigadores e peritos para crimes de homicídios, compra de material e mais varas criminais na Justiça. “A sociedade não pode ficar com essa sensação de impunidade”, acrescenta. O nú­­mero de furtos e roubos no Paraná teve uma queda de 4,3% en­­tre o primeiro trimestre de 2009 e o de 2010. Em Curitiba, a redução foi de 4,5%. Já os furtos e roubos de veículos cresceram em Curitiba (11,9%) e no Paraná (5,7%). No en­­tanto, quando o dado é separado, destacando apenas roubos (quando há violência por parte do bandido) de veículos, segundo a Sesp, há uma queda de 10% em todo o estado.

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