domingo, 14 de março de 2010

Desmatamento na Serra do Mar (PR) é denunciado

A biodiversidade da Serra do Mar do Paraná está sob ameaça. Esta semana, o site Alta Montanha (www.altamontanha.com), desenvolvido por um grupo de montanhistas do Estado, denunciou a presença constante de madeireiros e caçadores no Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange e nos parques estaduais do Pico Paraná, da Serra da Baitaca e do Marumbi.

“Há alguns dias, um colega montanhista (que por questões de segurança prefere não ser identificado, pois mora na região litorânea) estava no parque Saint-Hilaire, saiu um pouco de sua trilha normal e acabou chegando a um acampamento de madeireiros. Estes, quando o viram, fugiram. Porém, estavam armados e voltaram em seguida. O montanhista conseguiu ir embora sem ser novamente percebido, mas teve tempo de flagrar exploração ilegal de madeira”, conta o geógrafo, montanhista e diretor de escalada da Federação Paranaense de Montanhismo, Pedro Hauck.

O problema, segundo o também montanhista e responsável pelo site Alta Montanha, Hilton Benke, não é recente. É comum entre os montanhistas encontrar vestígios de caça e atividade extrativista na região da serra.

“Encontramos várias trilhas paralelas abertas por caçadores e madeireiros, que muitas vezes nos confundem com policiais da Força Verde ou integrantes do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e temem nossa presença. Alguns ativistas reclamam que os montanhistas estragam as montanhas ao realizarem caminhadas. Porém, somos nós que estamos flagrando a destruição da floresta”, afirma.

Os caçadores em atividade na Serra do Mar geralmente estão atrás de animais silvestres para comercialização, como o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), ameaçado de extinção. Já os madeireiros buscam principalmente o palmito, imbuia, canela e peroba, árvores consideradas de crescimento lento.

“A maioria da população não sabe o que está acontecendo na Serra do Mar. Porém, se não alertarmos sobre o problema e se alguma coisa não for feita para solucioná-lo, logo não teremos mais montanhas. Há um ano e meio, chegamos até a encontrar uma pista de motocross na região da Serra do Mar”, comenta Benke.

Na opinião do montanhista Pedro Hauck, para que a caça e o extrativismo deixem de ser realizados no local é preciso que o parque nacional e os parques estaduais sejam realmente efetivados.

“Hoje, os parques existem apenas no papel. Não têm infraestrutura e contam com poucos funcionários. Com isso, não sabemos, por exemplo, se as pessoas que desenvolvem atividade extrativista atuam por conta própria ou se existem outras pessoas por trás”, declara.

Fonte: Ambiente Brasil

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