domingo, 14 de março de 2010

25 anos do fim da ditadura

O anúncio da apuração do resultado no Colégio Leitoral

Na próxima segunda-feira fazem 25 anos de retomada da democratização brasileira. Esta data, a mais importante da histórica política recente do país, aconteceu no dia 15 de março de 1985, com a posse do ex-presidente José Sarney (PMDB). O vice que com a morte de Tancredo Neves assumiu a presidencia.

O caminho de ida ao Colégio eleitoral não era o pretendido pela maioria da população, que nas ruas exigia as diretas já.

Está data é apenas um marco de um novo pacto entre as elites, mas mesmo assim representa o início do processo de redemocratização do país, que até hoje segue aos trancos e barranco, pois a redemocratização pela via transversa, apesar dos pequenos avanços sociais ainda não chegou à economia gerando a inclusão social.

Existem uma série de temas que precisam ser equacionados para que o Brasil concretize seu processo democrático com plenitude.

É necessário ampliar a participação e a cultura política dos cidadãos, tornarem as estruturas dos partidos políticos mais abertas e transparentes e via a radicalização democrática incluir de forma organizada a maioria da população enquanto principal protagonista nos círculos decisórios do país.

Tive o prazer de ter participado da direção do primeiro ato público pelas Diretas Já, que ocorreu em Curitiba. Nos quatro meses que antecederam a votação da emenda Dante de Oliveira, o movimento ganhou fôlego. De Curitiba, onde o primeiro comício reuniu cerca de 50 mil pessoas, as manifestações se alastraram para S. Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Campinas, Camboriu, etc..

Treze dias após o comício de Curitiba, ocorreu a manifestação da Praça da Sé, em S. Paulo, que reuniu 300 mil pessoas. Os organizadores marcaram o evento para 25 de janeiro, aniversário da cidade, para facilitar a participação popular.

O último grande comício, que foi nacional, antes da votação da emenda Dante de Oliveira, no qual também estive na organização, ocorreu no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 16 de abril com quase 1,5 milhão de pessoas.

Dois dias depois, o presidente João Figueiredo decretou a adoção, pelo prazo de 60 dias, de medidas de emergência no Distrito Federal e em dez municípios de Goiás.

As medidas incluíam a possibilidade de detenção de cidadãos em edifícios comuns, suspensão da liberdade de reunião e associação, além de intervenção em sindicatos. Foi determinada ainda a censura prévia às emissoras de rádio e de televisão e proibida a transmissão ao vivo de qualquer informação sobre a votação da emenda.

A votação no Congresso Nacional terminou sem que a emenda das Diretas conseguisse a maioria de dois terços exigida para ser aprovada. Cento e treze deputados não compareceram, e a emenda acabou rejeitada por 22 votos, apesar dos 298 votos favoráveis (65 contrários e três abstenções).

Com a rejeição da emenda, o país realizou em 1984 sua última eleição indireta para presidente da República. O PMDB indicou Tancredo Neves e o PDS lançou Paulo Maluf. Tancredo venceu a disputa.

2 comentários :

Adir de Souza disse...

Amigo Molina parabens pela lembrança foi nos dia 12 de janeiro de 1984, e com o tempo ganhou as principais cidades brasileiras, envolvendo políticos, artistas, a população e demais segmentos da sociedade brasileira da época.

E tenho muito orgulho de ter particpado deste Comicio

E Tem mais gente lembrando que foi em Curitiba que Esta manifestação nasceu.

http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?107331

Abraços
Adir

Molina com muita prosa & muitos versos disse...

Caro Adir

Embora ainda não tenhamos conseguido atingir do ponto de vista econômico a democracia pela inclusão social de 45.000.000 de brasileiros o direito de organização, manifestação e expressão e de escolhermos os nossos mandatários já foi um grande passo. O resto é só questão de tempo!

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