terça-feira, 4 de junho de 2013

Morre Benedito Oliveira, o idoso negro espancado por neonazistas. Um do agressores pertence a uma célula neonazista de Ponta Grossa/PR

Apesar da gravidade do crime, a Polícia enquadrou o caso como lesão corporal grave, o enquadramento mais benéfico, e não como tentativa de homicídio. Agressores disseram que “negros têm que morrer mesmo”

Benedito Oliveira Santana, 71 anos, o guardador de carros atacado por neonazistas na madrugada de 06 de abril, em Rio Claro, cidade a 187 Km de S. Paulo, morreu na manhã do último sábado (1º/06), em sua casa em Ipeúna interior de S. Paulo.
Ele não resistiu a gravidade dos ferimentos dos quais nunca se recuperou segundo a família. Depois de passar cerca de 20 dias em estado de coma na UTI da Santa Casa de Rio Claro, com traumatismo craniano, ele recebeu alta e voltou para a casa, porém, em seguida teve de ser internado novamente.
Na última quinta-feira teve alta dessa segunda internação e foi levado para a casa onde mora em Ipeúna. Muito debilitado, porém, o idoso, não conseguia falar e tinha se locomover em cadeira de rodas. Na manhã deste sábado, terminou o sofrimento.
O corpo do idoso está sendo velado pela família e amigos. Não é certo se será enterrado ainda hoje ou se amanhã de manhã no cemitério da cidade.

Barbárie

O guardador de carros foi atacado a socos, chutes e pontapés, quando já se encontrava caído, especialmente, na cabeça, por três jovens neonazistas, quando se encontrava trabalhando nas proximidades do clube social Grupo Ginástico Rioclarense, no centro da cidade.
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Hélcio Alves Carvalho e Axel Leonardo Ramos, respectivamente de 20 e 21 anos, os responsáveis pelo ataque, segundo os guardas municipais que atenderam a ocorrência, à caminho da Delegacia mantiveram-se agressivos: “negros têm que morrer mesmo”, diziam, segundo o relato dos guardas às autoridades policiais.
Apesar da gravidade do crime, os dois (eram três, o terceiro ainda está foragido), a Polícia Civil de Rio Claro, enquadrou o caso como lesão corporal grave, o enquadramento mais benéfico, e não como tentativa de homicídio, agora consumado.
Carvalho e Ramos (na foto acima), de acordo com a Polícia, pertencem a uma célula neonazista de Ponta Grossa no Paraná e continuam presos, segundo apurou o site Afropress, na Cadeia Pública de Itirapina, cidade próxima à Rio Claro.
Os dois agressores, além de atacarem Benedito, também agrediram Sebastião Gonçalves de Oliveira, 57 anos, o outro guardador de carros que tentou socorrer o idoso.
A viúva de “seo” Benedito, dona Maria Aparecida Zaqueu, de 73 anos e um dos cinco filhos, Silvio Roberto Zaqueu Santana de Oliveira, disseram que o idoso nunca se recuperou dos golpes sofridos, especialmente na cabeça. “Queremos Justiça, é só isso que que queremos: Justiça”, afirmam. (Afro Press)

1 comentários :

luiz disse...

Entendo que é possível a família mover uma ação indenizatória contra o Estado, por omissão, assim como contra os agressores e contra todos os membros da célula de neonazistas de Ponta Grossa, da qual os agressores fazem parte. Além disto, devemos ficar de olho para saber para qual penitenciária serão transferidos e "encomendá-los" aos demais presos. Eu sou advogado e me proponho a fazer tudo isto de forma gratuita para os familiares.

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