quarta-feira, 6 de março de 2013

Sessão para eleger Marco Feliciano é interrompida por conta de tumulto


Deputados integrantes da comissão e contrários ao nome do pastor discursaram para pedir que o PSC escolhesse outro parlamentar do partido para comandar a comissão no biênio de 2013-2015.
Por acordo entre as lideranças partidárias, a presidência dessa comissão foi entregue ao PSC, que decidiu indicar o pastor evangélico após reunião nesta terça (5). Por isso, ele era candidato único na eleição desta quarta.
“Penso que a candidatura posta está contra a função precípua da comissão, posto que o pastor que tem a candidatura posta tem declarações inequivocamente preconceituosas e racistas”, afirmou a deputada Érika Kokay (PT-DF).
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que a comissão não teria condições políticas de funcionar caso Feliciano fosse eleito. “Essa comissão trata de questões sobre direitos inalienáveis. Luta contra o preconceito, contra o racismo. A comissão precisa ter alguém que represente esses valores. A manutenção do nome do deputado feliciano é uma radicalização inaceitável.”
Cada intervenção de parlamentares era interrompida pelos manifestantes a cada momento com aplausos ou vaias.
Os deputados chegaram a sugerir que a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) registrasse candidatura avulsa, mas diante da pressão da liderança do PSC, ela anunciou que não poderia se contrapor à decisão do partido. O líder da sigla, André Moura (PSC-SE), chegou as levantar da mesa para pedir que a deputada anunciasse no microfone que não seria candidata. 
“Me sinto publicamente humilhada pelo meu partido. Os deputados resolveram me escolher como alternativa sem combinar comigo e o meu partido se opôs. Acho que é machismo. Vou ver agora o que aconteceu”, afirmou ao G1 ao deixar a comissão.
O anúncio de que não se candidataria à presidência do grupo provocou nova gritaria na comissão e protestos dos manifestantes. Vários deputados sugeriram a suspensão da reunião. Diante do clima de protestos, o deputado Domingos Dutra decidiu cancelar a sessão, sem remarcar nova reunião para a escolha do presidente.
“Pela credibilidade do Parlamento, eu vou suspender a sessão”, afirmou. Em entrevista aos jornalistas, ele afirmou que passará o que chamou de “abacaxi” para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), resolver. “Vou devolver esse abacaxi para o presidente da Câmara. Cabe a ele convocar os líderes e resolver esse assunto porque ele não é da comissão, é do Brasil. Não tinha condição nenhuma de fazer essa eleição. O deputado seria eleito com número muito apertado, seria deslegitimado”, disse.
O presidente precisa ser escolhido por 10 dos 18 membros da comissão. Parlamentares contrários à indicação tinham planejado se abster de votar para que Feliciano não obtivesse 10 votos.

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