quinta-feira, 7 de março de 2013

Para tentar acalmar a ala majoritária do PDT, o Planalto se prepara para o "bota fora" de Brizola Neto


"O ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), deve deixar o cargo já na próxima semana, como parte da reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff começa a fazer para acomodar aliados com vistas à campanha eleitoral de 2014, informaram à Reuters fontes do Planalto e próximas do ministro.

A saída de Brizola Neto, menos de um ano depois de tomar posse, é uma das reivindicações da cúpula do PDT para que o partido volte a dar apoio ao governo no Congresso. Apesar de ser da base aliada, o PDT tem causado problemas ao votar contra a orientação do Planalto no Legislativo.

"A decisão cabe à presidente e não me cabe comentar", disse Brizola Neto à Reuters nesta quarta. "Mas discordo da ideia de que a posição de um, dois ou três nomes representem todo o partido, ainda mais da envergadura do PDT", afirmou ele.

As lideranças do PDT pedem que Brizola Neto seja substituído pelo secretário-geral do partido, Manoel Dias, segundo disseram as fontes. Apesar de não ter a simpatia do Planalto, Dias poderá ser aceito por ser considerado um nome capaz de unificar a parcela majoritária do partido, liderada pelo presidente da legenda, Carlos Lupi. Desde 2011, esse grupo tenta emplacar seu nome na pasta.

"Me entristece ver algumas pessoas exigirem um cargo em troca de apoio político, isso não é do feitio do PDT", acrescentou o ministro." (AG)

Observação:

José Vicente Goulart Brizola, pai de Brizola Neto

Apesar de carregar o nome do avô, na ordem interna do PDT, Brizola Neto pouco ou nada representa, como acrescenta. Ele, tal qual o Lupi, não segue a cartilha do avô, hoje somente seguida por um pequeno grupo de históricos brizolistas, cujo expoente hoje com mais visibilidade é o senador Cristovam Buarque, extremamente crítico quanto ao fato do PDT participar nos quadros administrativos do atual governo federal. Antes de morrer o Brizola pregava o rompimento com o governo da frente encabeçada pelo PT.

A verdadeira herança política do Brizola Neto é a que herdou do pai, que traindo e denunciando rompeu com o avô para se aliar ao PT, mas depois também rompeu com o PT ao denunciar o na época governador Olívio de Oliveira Dutra.

O pai de Brizola Neto, o já falecido ex-deputado federal José Vicente Goulart Brizola, em 2001 liderou um grupo dissidente que saiu do PDT no Rio Grande do Sul e migrou para o PT gaúcho.

Como parte do acordo ele se tornou o presidente da Loteria Estadual no governo do petista Olívio Dutra (1999-2002).

Após ser posteriormente afastado do cargo, dizem que por incompetência, ele foi o pivô de sérias acusações contra o governo estadual do PT. Ele dizia ter sido coagido por petistas gaúchos a buscar recursos de campanha com donos de bingos e bicheiros, fato que o partido sempre negou. Não contente com o estrago já feito em 2005 depôs na CPI dos Bingos no Congresso sobre o caso. Ele tinha sido expulso do PT no ano anterior. O que ele disse na CPI dos Bingos (caso Waldomiro Diniz):

“Quando fiz a denúncia do "caixa 2" do PT, os políticos locais do partido tentaram me desqualificar. A verdade é que denunciei algo que hoje está sendo comprovado. Eu fui o primeiro a ter coragem de denunciar”.

No mesmo depoimento,  José Vicente Goulart Brizola também citou o nome de Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Cachoeira. Segundo Brizola "uma empresa do bicheiro ganhou de forma estranha uma licitação para administrar a Lotergs durante o governo Olívio Dutra". 

O contrato acabou sendo rompido em 2004, no governo Germano Rigotto (PMDB) e Cachoeira resolveu processar a Lotergs por quebra de contrato, pedindo mais de 20 milhões de indenização.



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