sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Medida que autoriza captura e abate de javalis-europeus está no Diário Oficial


Segundo produtores do oeste catarinense, foram registradas perdas até 20% nas plantações que são invadidas pelos javalis

Está autorizada, no Brasil, a perseguição, a captura e o abate de javalis-europeus, da espécie Sus scrofa. A decisão, publicada no Diário Oficial da União de hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), permitirá uma tentativa de controle desses animais que têm forte presença em algumas regiões do país, onde, em grande volume, segundo o órgão, vêm destruindo lavouras e deixando a população em alerta. 

Nos últimos dias, os produtores da região de Ponta Serrada, no oeste catarinense, registraram perdas até 20% nas plantações, que são invadidas pelos javalis. Pelos números do Sindicato Rural de Ponte Serrada, quase 3 mil animais da espécie circulam pela região, passando de uma lavoura para outra e deixando um rastro de prejuízos, principalmente nas culturas de milho e soja. 

“Eles atacam as lavouras, principalmente, de milho e soja, e trocam de lugar muito rapidamente. Os bandos caminham muito durante a noite. Atacam uma lavoura aqui e daqui a pouco estão em outra plantação lá longe”, contou José Forestti, presidente do sindicato. “Eles são capazes de acabar com uma lavoura em uma noite, pisando nas plantações, revirando a terra e se alimentando. Mas, fazem mais estragos do que comem”, acrescentou. 

O temor, segundo Forestti, é que a falta de controle sobre o número de animais prejudique alguns produtores a ponto de não terem o que colher na próxima safra. Forestti cercou sua propriedade com material resistente, que mantém os javalis longe das culturas. “Mas eles ficam ali, rodeando. A gente evita andar à noite nas lavouras porque se nos pegam de surpresa, eles avançam. São agressivos e animais difíceis de abater porque são espertos, se escondem”, disse. 

Além da agressividade do animal, alguns moradores temem os riscos à saúde, já que os javalis podem transmitir doenças como a peste suína africanapeste suína clássica e febre aftosa. No oeste de Santa Catarina, a maior parte dos javalis está no Parque Nacional das Araucárias. Quando falta alimento nessa área, eles seguem para as propriedades rurais em municípios como Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal dos Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, as hortas e até os criatórios de aves e suínos. 

Em 2010, os produtores de Santa Catarina enfrentaram problemas semelhantes e conseguiram levar a Secretaria da Agricultura a declarar que o javali Sus scrofa é nocivo à agricultura e a autorizar o abate do animal por tempo indeterminado. 

Pela instrução normativa do Ibama, o controle do javali será realizado por meios físicos. O uso de armadilhas, substâncias químicas e a soltura de animais para rastreamento, com a finalidade de controle, vão depender de autorização de manejo de espécies exóticas invasoras, que deve ser solicitada no site do órgão ambiental. 

Só será permitido o uso de armadilhas que capturem e mantenham o animal vivo. Laços e dispositivos que acionam armas de fogo, capazes de matar ou ferir os animais, estão proibidos. 

O Ibama destacou que não será permitido o transporte dos animais vivos ou a comercialização de qualquer produto e subproduto obtido por meio do abate de javalis. (GR)

Javalis aterrorizam o oeste de SC e prejudicam lavouras

Javalis estão atacando propriedades rurais e causando perdas aos produtores e criadores
Uma população estimada entre 2.000 e 3.000  javalis está atacando propriedades rurais e destruindo plantações na região de Ponte Serrada, no oeste catarinense, causando pesadas perdas aos produtores e criadores. A população está preocupada, pois, além de danificar plantações, os javalis são animais agressivos e significam um risco às pessoas. 

A maior parte dos javalis habita o Parque Nacional das Araucárias formado por 12.841 hectares que ocupa parte do território dos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia. Quando o alimento escasseia nesse habitat, esses animais migram para as propriedades rurais dos municípios de Ponte Serrada, Passos Maia, Água Doce, Vargeão, Faxinal dos Guedes, Irani e Vargem Bonita, onde atacam as lavouras de milho, hortas e até criatórios de aves e suínos.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Ponte Serrada, José Forestti, a Policia Militar Ambiental já foi chamada para conter a invasão. A maioria dos produtores não está abatendo os animais e prefere chamar a Polícia Militar Ambiental porque, além de uma série de requisitos e procedimentos para o abate, a tarefa é perigosa. Com freqüência os javalis matam os cães de caça e investem com ferocidade contra os caçadores, relata o presidente do Sindicato Rural.

O Sindicado de Produtores Rurais de Ponte Serrada teme que a situação fuja do controle e que, se nada for feito imediatamente, “os agricultores não terão o que colher na próxima safra”. 

Problema semelhante surgiu em 2010 na região do planalto catarinense, quando, atendendo apelo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), a Secretaria da Agricultura declarou o javali sus scrofa nocivo à agricultura catarinense e autorizou seu abate por tempo indeterminado, objetivando o controle populacional. A decisão está de acordo com a instrução normativa 141/2006 do Ibama que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva.

Os javalis que aterrorizam o oeste são da espécie exótica invasora Sus scrofa, que provoca elevados prejuízos às lavouras, especialmente de cereais. Vivem em varas (bandos) de até 50 indivíduos. Esses animais selvagens atacam todas as lavouras, principalmente milho, feijão, soja, trigo, pastagens, etc. e, numa noite, destroem completamente vários hectares de área.

Os órgãos ambientais e a Polícia Militar Ambiental orientam que apenas profissionais caçadores registrados e licenciados façam o abate dos animais. “O agricultor terá que procurar um desses profissionais para fazer o abate para ele na sua lavoura e isso implica em burocracia e em custos adicionais”, reclama o vice-presidente da Faesc, Nelton Rogério de Souza.

Por outro lado, enquanto a portaria autoriza o uso de armas de fogo dentro das propriedades invadidas, a Polícia Ambiental só permite o uso de tranquilizantes ou armadilhas. (BP)

PERDAS

Nos últimos cinco anos os produtores catarinenses sofrem de forma mais intensa com a ação dos javalis. Os animais atacam as lavouras já a partir do plantio. Além de pisotear a plantação, permanecem no local se alimentando até a maturação do milho. 

Os javalis podem transmitir doenças economicamente graves como a peste suína africana, peste suína clássica e febre aftosa. São considerados espécies “exóticas” (portanto, não protegidas por leis ambientais), porque cruzam com porcos domésticos e até outros animais selvagens, como porco de mato, o que gera filhos conhecidos com “javaporcos”. As fêmeas produzem em média duas ninhadas por ano e uma média de oito filhotes em cada uma. Por isso, o controle se torna difícil. O macho adulto pesa entre 150 e 200 quilos e a fêmea entre 50 e 100 quilos. Os javalis que aterrorizam Santa Catarina vieram do Rio Grande do Sul.

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