A pró-reitora de Graduação da UFPR e presidente da mesa de negociação com os estudantes, Maria Amélia Sabag Zainko, afirmou que, se eles saírem nesta sexta-feira, a Reitoria não punirá academicamente ou judicialmente os alunos envolvidos no ato. "Nós entendemos que o movimento estudantil é um movimento de reivindicação legítimo, ainda que não concordemos com a ocupação", considerou.
Por outro lado, os estudantes poderão ser responsabilizados quanto a possíveis prejuízos causados ao patrimônio. A UFPR fará uma vistoria no prédio assim que for liberado pelos alunos.
Caso os estudantes desocupem o prédio nesta sexta, a instituição se comprometeu a retomar a negociação da pauta de reivindicação dos alunos no período da tarde do mesmo dia. Hellen Rosa, representante do Diretório Acadêmico dos Estudantes da UFPR, presente na reunião, acredita que a desocupação pacífica representa o desejo de maior parte dos alunos. "Não concordamos com esse pequeno grupo que ocupou a Reitoria, mas queremos que a sua integridade física seja protegida", insistiu.
Informações controvertidas
Desde o dia 3 de julho, início da ocupação do prédio, a UFPR informou que estão paralisados setores como a Procuradoria Federal; a Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças; a Assessoria de Relações Internacionais e a área de armazenamento de becas. Com a interrupção dos repasses de verbas, entidades como a Maternidade Victor Ferreira do Amaral, estariam sendo prejudicadas. No caso da Maternidade, o abastecimento de alimentos e equipamentos aos doentes, de acordo com a pró-reitora de Graduação, está chegando ao limite.
Em coletiva de imprensa após a reunião com a Reitoria, os alunos que ocupam o prédio, no entanto, afirmaram que não estão impedindo o funcionamento de serviços essenciais. “A nossa intenção não é prejudicar os professores e trabalhadores da universidade, os estudantes e a comunidade externa. A nossa comissão de ética, quando foi consultada, liberou muitas coisas. Inclusive protocolamos documentos de que não estávamos impedindo a compra de remédios para os hospitais, que as bolsas fossem efetuadas”, disse Lucas Mion, um dos ocupantes.
Sobre a informação de que o Procurador Federal da universidade não pode entrar no prédio na terça-feira desta semana (17 de julho), os estudantes confirmaram dizendo que, naquele momento, ele teria de esperar uma manifestação de aprovação do comitê de ética do movimento estudantil que, segundo a estudante Ana Paula Cigerza, foi dada na tarde do mesmo dia. Se o Reitor quiser entrar agora mesmo no prédio para buscar documentos, ele pode, garantiram os ocupantes.
A direção da UFPR e os alunos também apresentam informações contravertidas sobre as negociações da pauta de reivindicações dos alunos antes da ocupação. A Reitoria afirma que já tinham sido contemplados 29 dos 31 itens apresentados pelos alunos, em quatro reuniões anteriores à ocupação, algumas delas com mais de quatro horas de duração. Os ocupantes, por outro lado, dizem que a Reitoria não estava negociando a contento. (GP)
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