terça-feira, 8 de maio de 2012

Triste notícia: 'STF manda soltar bicheiros presos no Rio', entre eles o capitão Guimarães, torturador na ditadura



Capitão Guimarães, bicheiro, assassino e torturador na ditadura   
Apontados como chefes de um esquema de exploração de jogos ilegais no Rio, os contraventores Aniz Abrahão David, o Anísio, patrono da Beija Flor; Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães; e Antônio Petrus Kalil, o Turcão, foram beneficiados por alvarás de soltura expedidos pelo Superior Tribunal Federal (STF), no último dia 1º. Eles haviam sido presos no dia 13 de março, com outras sete pessoas, na Operação Hurricane, desencadeada pela Polícia Federal.
A sentença, com penas que somadas ultrapassam 144 anos de reclusão, havia sido proferida pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal Federal. A defesa dos bicheiros, no entanto, entrou com uma reclamação no STF devido uma decisão da própria corte, em 2007, que garantia aos réus o direito de permanecerem em liberdade até o trânsito em julgado. O ministro Marco Aurélio manteve a decisão proferida pelo STF, há cinco anos.
Também foram beneficiados pela decisão Júlio César Guimarães Sobreira, sobrinho do Capitão Guimarães; José Renato de Ferreira; Jaime Garcia Dias; Marcos Antônio dos Santos Bretas; Nagib Teixeira Suaid; João Oliveira de Farias e Marcelo Calil Petrus. Os acusados devem apenas permanecer na cidade do Rio, salvo autorizações da Justiça para viajar.
Nelio Machado, advogado do Capitão Guimarães e de seu sobrinho, criticou a decisão da 6ª Vara Criminal Federal, por ter, segundo ele, violado a decisão do STF.
- Desde que houve a prisão, considerei a decisão da juíza ilegal. Tratava-se de assunto já decidido pelo STF e não havia nenhum fato novo para a prisão. Aílton Guimarães Jorge havia recebido, no dia 12 de março, uma autorização da Justiça para viajar ao Uruguai e, no dia 13, foi preso - disse o advogado, que critica ainda a pena determinada. - Condenar homens com mais de 70 anos a penas que chegam a 50 é como condená-los à prisão perpétua.
Segundo Ubiratan Guedes, advogado de Anísio, o processo está na fase de apelação e ainda faltam cinco ou seis etapas para uma decisão final. O patrono da Beija-Flor estava em prisão domiciliar desde o dia 3 de abril. Ele teve diagnosticada cardiopatia hipertensiva e esteve internado no hospital Pró-Cardíaco.
Em abril, a Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal, da 2ª Região, permitiu que o presidente de honra da Beija-Flor cumprisse em prisão domiciliar a condenação. No mesmo julgamento, foram negados os pedidos de habeas corpus para quatro dos 19 condenados pela Justiça Federal em primeira instância. Em sua decisão, o desembargador federal Abel Gomes explicava que as prisões preventivas, neste caso, visavam a garantir a ordem pública, considerando os fortes indícios de que os réus viriam a insistir nas práticas criminosas, estando fora da cadeia.
Os contraventores foram presos durante um desdobramento da Operação Furacão, da Polícia Federal. A ação foi uma consequência da Operação Hurricane, desencadeada pela PF no dia 13 de abril de 2007 e realizada em três etapas, depois de uma investigação que durou um ano e três meses. Entre escutas telefônicas e ambientais, foram registradas cerca de 40 mil horas de diálogos. (AG)

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