terça-feira, 15 de maio de 2012

Londrina: MP diz que propina saiu da conta de Coutinho, presidente da Sercomtel e vice-presidente do PDT

O presidente da Sercomtel e vice-presidente do PDT de Londrina, Roberto Coutinho Mendes, foi denunciado por corrupção ativa e formação de quadrilha, pelo envolvimento no suposto esquema de compra de votos de vereadores da oposição na Câmara de Vereadores. Segundo as investigações do Ministério Público (MP) do Paraná, Coutinho e os demais denunciados, ''todos intrinsicamente ligados ao PDT'' e ocupantes de cargos comissionados no alto escalão da administração, como o ex-secretário de Governo Marco Cito, o chefe de Gabinete da prefeitura, Rogério Lopes Ortega, e o diretor de Participações da Sercomtel, Alysson Tobias de Carvalho, além do empresário Ludovico Bonato, assediavam vereadores, oferecendo propina e até apoio na campanha eleitoral, com o objetivo de conquistar apoio para projetos de interesse do Executivo. 

De acordo com a denúncia, ao presidente da Sercomtel ''coube a função de angariar parte do montante de valores em dinheiro que seriam destinados ao pagamento de propina''. A afirmação é feita com base em provas que estão ''sob sigilo'' e declarações do próprio Coutinho. Ele teria confirmado aos promotores, durante depoimento, que sacou da conta bancária pessoal, em agência que fica no interior da telefônica, o montante de R$ 5 mil no dia 24 de abril, minutos antes das prisões em flagrante de Cito e Bonato, que já estariam articulados para a entrega de R$ 20 mil ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), que denunciou o suposto esquema. 

''A informação da pessoa (Coutinho) é que o dinheiro foi retirado da sua própria conta e repassado em parte para que Alysson fizesse uma viagem'', afirmou o promotor de Justiça Cláudio Esteves, que assina ação penal com o Jorge Fernando Barreto da Costa. Coutinho, que segundo Esteves entrou em contradições nas três vezes que prestou depoimento, teria dito que R$ 1 mil seria para uma viagem que Alysson faria a Curitiba e R$ 4 mil emprestados para que ele comprasse um carro. ''Contudo, temos evidências que ligam Coutinho ao fato criminoso.'' 

Segundo a denúncia, após sacar o dinheiro, Coutinho repassou o valor para Alysson, que levou até Marco Cito, que aguardava na prefeitura, onde também estava Rogério Ortega. Na sequência, o valor foi entregue para Bonato, encarregado de fazer o pagamento da propina. Quanto ao restante (R$ 15 mil) os promotores não descartam que tenha saído do caixa da Sercomtel, porém, como não há indícios, o MP pediu à Justiça que determine à empresa o encaminhamento de relatórios de todos os pagamentos feitos desde janeiro de 2011, ''para aprofundarmos a investigação''. O MP apresentou ontem ao juízo da 3 Vara Criminal um relatório detalhado, de mais de 70 páginas, em que estão descritos os indícios que embasam a acusação. No entanto, esse material não foi divulgado à imprensa. 

Eloir Valença 

Os promotores afirmaram que o vereador Eloir Valença (PHS), também denunciado por formação de quadrilha e corrupção passiva, aceitou fazer parte do suposto esquema de compra de votos. Conforme a descrição feita pelo MP, o parlamentar ''aderiu aos propósitos criminosos do grupo, de modo a adotar postura compatível com os interesses dos denunciados''. Os promotores citam, ainda, que o vereador se ausentou da votação que poderia abrir Comissão Processante (CP) da Centronic contra o prefeito Barbosa Neto (PDT) no dia 19 de abril. 

Barbosa Neto 

Apesar de não apontar indícios da participação de Barbosa Neto no esquema, o MP ressalta, na ação, que os acusados tinham o nítido interesse de proteger o prefeito. Os pedetistas agiam ''com o fim de garantir a permanência de seus filiados em cargos da administração pública municipal, notadamente a continuidade no cargo do chefe do Executivo'' e, desta maneira, consequentemente, alcançariam a permanência deles mesmos nos cargos comissionados. 


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