sábado, 10 de março de 2012

Governo quer adiar a votação do novo Código Florestal

Apesar de estar na pauta da Câmara dos Deputados, o projeto do novo Código Florestal dificilmente será votado na próxima semana. Segundo o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), o governo tem interesse em adiar a votação da nova legislação até superar a crise com a base aliada. “É público que há um clima entre o governo e o parlamento ruim”, observou Maia.

O Planalto não quer mexer em nenhum ponto da proposta do Código Florestal aprovada pelo Senado, em dezembro, mas a bancada ruralista insiste em modificar. Com a insatisfação dos aliados, o governo teme que os “rebelados” se juntem aos ruralistas, o que poderia levar o Executivo a mais uma derrota no Congresso. Na quarta-feira, o Planalto não conseguiu aprovar no Senado a recondução de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A rebelião foi conduzida pelo senador paranaense Roberto Requião (PMDB).

“É de interesse do parlamento votar o Código o mais rápido possível. Quem tem menos interesse em votar o Código é o governo”, disse o presidente da Câmara, que admite existir problemas de interlocução do governo com sua base de apoio no Congresso. Na semana passada, a bancada peemedebista explicitou a insatisfação com o PT e a administração Dilma Rousseff.

Em um manifesto – que recebeu o apoio do vice-presidente Michel Temer – os peemedebistas reclamam da “hegemonia” do PT na ocupação de espaços no governo Dilma e das pretensões do partido em conquistar redutos tradicionalmente do PMDB nas eleições municipais deste ano. Além de mais cargos no governo e da preocupação com a disputa eleitoral, a lenta liberação das emendas parlamentares também teria motivado a rebelião da base.

Diálogo

Maia disse acreditar que, após essa “rebelião” conduzida por aliados, o diálogo com o Palácio do Planalto deverá ser restabelecido. “Quando o governo assume que há problemas, a expectativa é que sejam superados. A relação com o governo é respeitosa, mas acho legítimo que os partidos que contribuíram na eleição da presidente Dilma possam participar do debate”, afirmou.

Maia, porém, rebateu as críticas de que o PT ocupa a maioria dos espaços do governo ao afirmar que o partido também perdeu postos importantes no primeiro escalão. “Não é verdade que o PT ocupa todos os espaços. O PT também tem perdido espaço, como o comando da Pe­­­trobras, os Ministérios da Pesca e Ciência e Tecnologia.” O petista disse ainda que o debate entre os aliados não pode se “limitar a questões de cargos” no governo. (GP)

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