A nau naufragada estaria abastecida com suprimentos capazes de manter 3 mil pessoas por cerca de 18 meses. O diário de bordo de Pedro Sarmiento de Gamboa, um dos comandantes da armada, narra que em La Provedora estariam embarcados 1,4 mil soldados e cerca de 300 pessoas entre padres, franciscanos, crianças, mulheres, ferreiros e carpinteiros saídos da Europa e que iriam se fixar na América do Sul.
Até agora, quatro artefatos foram retirados do fundo do mar. O mais curioso é uma lápide de cerca de 800 kg com entalhe de dois leões e dois castelos e um símbolo de cinco quinas que é usado na bandeira de Portugal. “Isso nos remete à era Filipina, quando Felipe II da Espanha assume os dois reinados [de León y Castilla]”, diz o coordenador do Projeto da ONG Barra Sul, Bruno Gerner. Felipe II teria enviado a armada também com o objetivo de construir duas fortalezas no Estreito de Magalhães – passagem entre os oceanos Pacífico e Atlântico – para conter o avanço dos piratas ingleses.
Resgate
Nos próximos meses, a equipe pretende retirar da região pesquisada – uma área submersa de 660 metros quadrados – um canhão de bronze que pode ter sido usado para a proteção da nau. Já se estuda levar os objetos a um museu para, futuramente, expô-los em caráter permanente.
O litoral de Santa Catarina foi rota de várias expedições espanholas no século 16. Elas costumavam parar naquele estado porque era o último porto seguro (para quem seguia ao extremo sul) para conseguir água e comprar alimentos. Há duas hipóteses para o naufrágio do La Provedora: ela ter encalhado em um banco de areia ou ter batido no canal que precisa ser ultrapassado nas proximidades de Florianópolis, uma região complicada para navegação, porque é bem estreita. (GP)
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