sábado, 3 de setembro de 2011

Nigéria exorta CNT a cessar massacre de cidadãos da África


A Nigéria exortou as autoridades de transição na Líbia a cessar o massacre dos cidadãos sub-sarianos, na sequência de informações chocantes de que estes últimos são visados pelos combatantes do Conselho Nacional de Transição (CNT) que os detêm, torturam e matam.

Num comunicado divulgado quinta-feira na capital, Abuja, o Ministério dos Negócios Estrangeiros qualificou de "preocupante" o rumo reservado aos Africanos Subsaharianos, que são principalmente trabalhadores imigrados.

A Nigéria faz parte dos primeiros países africanos a reconhecer o CNT, o que não impediu os rebeldes de visar os nigerianos e os outros cidadãos da África negra.

Reiterando o seu apoio aos rebeldes, a Nigéria convidou os dirigentes a controlar os excessos das suas tropas.

Informações revelam assassinatos, violações e extorsões de dinheiro de que são vítimas Africanos sem defesa refugiados em campos, bem como os que estão detidos.

"Esta situação é contrária ao desejo exprimido pelo Conselho Nacional de Transição, pela União Africana e pelas Nações Unidas para o restabelecimento da democracia e da boa governação na Líbia", sublinha o comunicado.

O Governo nigeriano considera que estas execuções extrajudiciais contrariam o apelo da Nigéria aos dirigentes do CNT a ser magnânimos na vitória.

« Ao confirmar que as preocupações do Governo nigeriano sobre estes desenvolvimentos na Líbia foram reveladas urgentemente aos representantes do CNT, o Governo aproveita novamente esta ocasião para apelar aos dirigentes do CNT a tomar imediatamente medidas para controlar os excessos destes elementos sem escrúpulos na Líbia, para restabelecer uma verdadeira democracia e uma verdadeira reconciliação », sublinha o comunicado.

Além disso, a Nigéria explica porque reconheceu rapidamente o CNT, indicando que o interesse nacional, incluindo a segurança dos seus cidadãos que vivem na Líbia, tinha motivado a sua decisão.

« Antes de tomar a decisão de reconhecer o CNT, tomamos vários elementos em consideração. Identificamo-nos com o povo líbio que luta pela democracia e e luta pela boa governação é em todo o mundo », declarou o ministro nigeriano dos Negócios Estrangeiros, Olugbenga Ashiru.

O Governo nigeriano foi criticado por se ter apressado a reconhecer os rebeldes líbios, sobretudo porque a UA ainda não o fez. ( Angola Press)

Histórico:

Líbia: rebeldes atacam negros e iniciam limpeza étnica

Os líbios negros correm risco de uma ação de limpeza étnica por causa da determinação de apoiarem o líder Muamar Kadafi. Ao leste do país, os líbios de origem árabe ligados às elites econômicas das cidades produtoras de petróleo assimilaram a ideologia racista dos ingleses e norte-americanos,dos quais recebem treinamentos, dinheiro e armas para tentar dividir o país e permitir o roubo do petróleo pelas potências ocidentais. O alerta foi dado nesta semana pelo bispo Dom Mussie Zerai, em Roma. O bispo preside a agência de desenvolvimento e cooperação Habeshia. Ele relatou que apenas na cidade de Misrata, sob controle dos rebeldes, mais de 800 negros africanos foram assassinados.
Segundo o bispo de origem eritréia, os massacres foram relatados por refugiados africanos sobreviventes, assim que desembarcaram na Itália. Eles também trouxeram uma série de vídeos e fotografias, postadas no site da agência Habeshia, revelando episódios de extrema crueldade e fúria de rebeldes pisoteando corpos sem vida de negros africanos. Na Líbia, há dois grupos étnicos de origem não-árabe, disse dom Zerai, e o risco de que eles podem se tornar vítimas de limpeza étnica durante os confrontos sangrentos entre partidários de Kadafi e os rebeldes é muito alto. Basta ser negro para ser taxado de mercenário pró-Kadafi pelos rebeldes insurgentes. O clérigo afirmou que ainda há indiferença, apesar do aviso prévio.

Dom Zerai assim, pediu a atenção da comunidade internacional para que “os líbios negros não sejam massacrados, a exemplo de centenas de milhares de sudaneses em Darfur.”
Ele alertou para o risco de ''milhares de pessoas serem esmagadas por essa intolerância que está se espalhando nos territórios ocupados pelos rebeldes”. Na opinião do bispo, os autores destes assassinatos e atos violentos são os rebeldes anti-Kadafi. Dom Zerai perguntou ''quem garante a civilidade dos novos senhores da Líbia, defendidos pela Europa? Precisamos a todo custo evitar um novo genocídio no continente africano.”
Nas últimas semanas outras organizações tem denunciado diversos massacres contra a população negra do leste da Líbia. Esses massacres só tem sido possíveis graças ao apoio militar e financeiro que os países invasores prestam aos grupos rebeldes. (

andresvieira)

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