sábado, 20 de agosto de 2011

Bolsas de estudo no exterior serão em áreas estratégicas

A partir desta quarta-feira, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) informará a 250 universidades e institutos federais de educação tecnológica de todo o país o número de bolsas de estudo a que cada instituição terá direito no programa Ciência sem Fronteiras para enviar alunos ao exterior.

As bolsas têm valor de US$ 870, com duração de um ano, e começarão a ser pagas em 2012 após processo de seleção pública no centro de pesquisa.

O número de bolsas por instituição foi estabelecido de acordo com o desempenho de cada universidade no Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) e Pibiti (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação).

Na primeira etapa estarão disponíveis 2.000 bolsas nos cursos de ciências da saúde (como medicina, enfermagem, farmácia, odontologia, nutrição); ciências da vida (biologia, genética, bioquímica, farmacologia); e engenharias e tecnologias (engenharia civil, engenharia de produção, engenharia mecânica, engenharia elétrica-eletrotécnica).

As áreas escolhidas são consideradas estratégicas pelo governo na chamada "economia do conhecimento".

A intenção é que o país desenvolva mais pesquisas com vista à inovação tecnológica e que o mercado crie produtos de maior valor agregado.
Por isso, o pagamento da bolsa prevê que os alunos estudem e pesquisem durante o período de seis a nove meses e que tenham experiência de estágio por pelo menos três meses em laboratórios de tecnologia ou centros de pesquisa de empresas no exterior.

UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS

O anúncio das bolsas ocorreu na terça-feira (16) em Brasília pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e pelo presidente do CNPq, Glaucius Oliva.

Segundo Mercadante, a exigência do estágio é para que o jovem volte com o currículo profissionalizado, melhorado.

"Quem estiver dentro desse programa vai ter um currículo de excelência e certamente as empresas terão todo o interesse em contratar os alunos que estudarem nas melhores universidades do mundo", disse.

Para o envio dos estudantes, o programa Ciência sem Fronteiras selecionou 238 universidades estrangeiras, escolhidas conforme a lista de instituições da Times Higher Education e QS World University Rankings.

A escolha das universidades é responsabilidade das instituições a que os estudantes estão ligados e os estágios deverão ser providenciados pelos alunos.

O governo está buscando firmar acordos com empresas estrangeiras para a oferta de estágios, como na área de telecomunicações, petróleo e produção de fármacos.

Têm preferência para participar do programa os melhores alunos de iniciação científica e tecnológica, que tenham mais de 600 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e sejam premiados em olimpíadas científicas (como matemática e ciências).

As bolsas serão concedidas a estudantes que tenham cumprido de 40% a 80% dos créditos do curso. Os créditos feitos no exterior deverão ser reconhecidos.

O programa Ciência sem Fronteiras começa a sair do papel na próxima segunda-feira (1º), data em que o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) divulgará as regras e os primeiros editais para concessão de bolsas no site do programa.

A informação é do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que participou nesta quinta-feira do programa de rádio "Bom Dia, Ministro", feito pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Segundo o ministro, o governo quer acelerar "a possibilidade de ter uma universidade de classe mundial" e "desenvolver a economia do conhecimento".

"Tem que preparar o enxoval para ter casamento, nós estamos preparando esse enxoval", disse o ministro no rádio.

Em quatro anos, o programa concederá bolsas de estudo a cem mil brasileiros para cerca de 20 áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento nacional, inovação tecnológica e registro de patentes na área de engenharia, tecnologia e ciências da saúde.

O CNPq e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) fornecerão 75 mil bolsas. O governo pretende que as 25 mil restantes sejam custeadas pela iniciativa privada.

SETOR PRIVADO

Multinacionais, como a British Gas e a Portugal Telecom, e entidades como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já manifestaram interesse em custear a formação de pesquisadores e até estágios no exterior, afirma o ministro.

CNPq divulga editais para concessão de bolsas na segunda-feira

O programa Ciência sem Fronteiras terá quatro modalidades. A Bolsa Brasil Graduação será destinada a alunos com melhor aproveitamento e terá duração de um ano (sendo seis a nove meses cumpridos no meio acadêmico e o restante em empresas ou centros de pesquisa e desenvolvimento no exterior).

A Bolsa Brasil Jovem Cientistas, com duração de três anos, é destinada a pesquisadores em início de carreira (doutorandos) que tenham produção científica destacada.

Também terão bolsas os especialistas e engenheiros empregados na iniciativa privada ou instituições de pesquisa tecnológica que tenham sido aceitos nas melhores universidades do mundo para treinamento de até 12 meses.

Além dessas bolsas haverá modalidades para estrangeiros e, especialmente, brasileiros radicados no exterior que queiram ser pesquisador visitante especial no Brasil durante três anos e recebam estudantes e pesquisadores brasileiros no seu laboratório no exterior.

Mercadante avalia que a boa fase da economia brasileira, a crise financeira na Europa e o problema de orçamento do governo norte-americano vão favorecer o intercâmbio com pesquisadores estrangeiros e estimular o regresso de brasileiros que vivem no exterior. Até 2014, o governo deverá investir R$ 3,16 bilhões no programa: R$ 1,7 bilhão da Capes (40 mil bolsas) e R$ 1,4 bilhão do CNPq (35 mil bolsas).

Com os recursos das duas agências, mais de 27 mil bolsas serão destinadas a alunos da graduação; 24,6 mil para estudantes de doutorado sanduíche (um ano); cerca de 9,8 mil para doutorado integral; e 8,9 mil para pós-doutorado.

Haverá 2.660 vagas para estágio sênior de seis meses: 700 para treinamento de especialistas de empresas no exterior; 860 para jovens cientistas; e 390 para pesquisadores visitantes especiais no Brasil. (AB)

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