domingo, 24 de julho de 2011

Túmulo de nazista Hess é destruído para evitar "peregrinação"

Os ossos do nazista Rudolf Hess, o número dois do regime de Adolf Hitler, foram exumados de um túmulo no estado alemão da Baviera depois que o local se tornou um centro de peregrinação para milhares de extremistas de direita.

Uma autoridade da igreja da cidade de Wunsiedel, no sul da Alemanha, disse que a sepultura foi demolida e a lápide removida, após consultas à família de Hess.

"Os ossos foram retirados e levados a um crematório, e as cinzas serão lançadas ao mar", disse Peter Seisser.

Um dos primeiros e mais fervorosos membros do Partido Nacional-Socialista (Nazista), Hess passou um período na prisão com Hitler no início dos anos 1920 e ajudou-o a editar o livro Mein Kampf, no qual o ditador esboçou os planos para destruir o judaísmo europeu e assassinar outros grupos que ele considerava indesejáveis.

Hess desceu de paraquedas na Escócia em maio de 1941, depois de um misterioso voo solo noturno, aparentemente em uma missão de paz não-autorizada. Foi capturado e mantido prisioneiro até 1945, tendo sido por breve período um dos últimos prisioneiros da Torre de Londres.

Terminada a 2a Guerra Mundial, ele foi condenado à prisão perpétua no tribunal de crimes de guerra de Nurembergue e se enforcou na prisão de Spandau, em Berlim, em 17 de agosto de 1987, quando estava com 93 anos.

As autoridades atenderam a seu desejo de ser enterrado em Wunsiedel, mas no começo deste ano começaram a preparar a transferência dos ossos para outro local porque extremistas estavam tratando o túmulo como um santuário. Na lápide estava inscrita a frase "Eu ousei".

Muitos grupos de extrema direita dizem que Hess não se suicidou, mas foi morto na prisão por guardas militares britânicos. Teorias conspiratórias sobre o nazista, que se interessava por ocultismo, proliferam.

Grupos extremistas costumam retratá-lo como um mártir e até em lugares distantes da Alemanha, como os estados norte-americanos do Oregon e Califórnia, foram organizados no passado memoriais em sua homenagem, incluindo concertos de rock de supremacistas brancos.

A peregrinação anual de neonazistas a Wunsiedel atingiu o pico em 2004, quando as autoridades estimaram que 5 mil pessoas de várias partes da Europa foram ao local, incluindo contramanifestantes de esquerda.

"Agora, esperamos deixar tudo isso para trás", disse o vice-prefeito Roland Schoeffel. "Esperamos que o fantasma tenha partido".

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles