segunda-feira, 18 de julho de 2011

Diretor indicado pelo PT deve ser afastado do Dnit

Diante do surgimento de novas denúncias sobre operações com sinais de irregularidades realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, deve afastar também o diretor de Infraestrutura Rodoviária do órgão, Hideraldo Luiz Caron, indicado para o cargo pelo PT. Este será o sétimo integrante da área de Transportes a cair desde o final de semana passada, quando surgiram as primeiras denúncias.


Segundo fontes do governo, na manhã desta segunda-feira, 18, o ministro dos Transportes telefonou para Hideraldo Caron comunicando a decisão de afastá-lo. Estariam sendo negociadas a forma como isso se daria. Ou seja, os dois estariam decidindo como e quando anunciar. Hideraldo não aceita sair com sugestões de que estaria sendo afastado sob suspeição.

A decisão da saída de Caron já havia sido desenhada com o Planalto na sexta-feira, 15, e era esperada para o fim de semana, mas ele sobreviveu às notícias das revistas e jornais de domingo, 17. Neste acerto com o Planalto, além de Hideraldo Caron, também estaria na mira para deixar o cargo a qualquer momento Felipe Sanches, que ocupa interinamente a presidência da Valec e que entrou no lugar de José Francisco das Neves, afastado na primeira leva.

A determinação da presidente Dilma Rousseff ao ministro Paulo Sérgio Passos foi de que ele faça "um limpa" nos órgãos vinculados ao Ministério dos Transportes. A saída de Caron já estava sendo articulada porque o governo entendia que era preciso "fazer um gesto" para os aliados, que viam em Caron o "fogo amigo" atacando os demais integrantes do Transportes e se preservando. Com o afastamento de Caron, o governo daria demonstração de que está cortando "na própria carne".

No fim de semana, no entanto, o governo não viu problemas nas publicações contra o atual ministro, Paulo Sérgio Passos, de que ele teria liberado um total de R$ 78 milhões em créditos suplementares para três grandes obras que constavam da lista de irregularidades do Tribunal de Contas da União (TCU). Desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio vem travando uma queda de braço com o TCU, que discorda do método usado pelo órgão de fiscalização para pedir a paralisação de obras. O governo entendeu que as explicações dele, na entrevista dada sábado, 16, foram suficientes.

Na sexta-feira, quando manteve a segunda reunião do dia com a presidente Dilma Rousseff, no Planalto, Paulo Sérgio Passos, já ciente das novas denúncias, agora contra Caron, teria acertado o afastamento de Hideraldo Caron. Na conversa, já ficou sinalizado também o afastamento do presidente da Valec. A presidente está "insatisfeita" e "incomodada" com o volume de denúncias contra a área de Transportes e determinou a Paulo Sérgio que aja imediatamente, sem ficar contemporizando. A presidente afirma que não quer execrar ninguém e que é preciso agir com equilíbrio, para que não sejam cometidas injustiças, mas ela também não está aguentando mais tantas denúncias e suspeições em um único setor do governo e quer que providências sejam tomadas o mais rápido possível para sanear os Transportes e estancar a crise que, por enquanto, parece não ter fim. (AE)


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